Autor do novo logótipo do Governo recebe ameaças e faz queixa à polícia

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Carlos M. Almeida / Lusa

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ladeada pelo secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro

Várias figuras da direita têm criticado a mudança do logótipo, que deixou de ter elementos da bandeira como a esfera armilar, os castelos e as quinas. O designer que criou o símbolo está até a ser alvo de ameaças.

O recente lançamento do novo logótipo do Governo Português tem suscitado uma onda de críticas, principalmente vindas de figuras proeminentes da direita e extrema-direita do país.

Personalidades como Paulo Portas, José Miguel Júdice, Manuela Ferreira Leite, Nuno Melo e André Ventura expressaram descontentamento, apontando a falta de elementos tradicionais da bandeira nacional, como os castelos e as cinco quinas.

O logótipo, descrito como “inclusivo, plural e laico”, tem sido alvo de um coro de críticas nas redes sociais, com Eduardo Aires, o seu autor, inclusive a ser alvo de ameaças, e a apresentar queixa às autoridades judiciais.

A controvérsia intensificou-se com acusações de a nova imagem mais minimalista refletir uma ideologia “woke”, considerada por alguns como uma traição à história portuguesa, relata o Público.

Segundo Eduardo Aires, o objetivo era criar um símbolo que não fosse uma cópia da bandeira, mas que ainda assim a evocasse de forma abstrata e isenta. O designer cita ainda o Reino Unido e os Países Baixos como exemplos de países que fizeram algo semelhante com os logótipos dos seus Governos.

gov.pt

O novo logotipo da República Portuguesa foi desenvolvido pelo designer e professor do Departamento de Design da Faculdade de Belas Artes Eduardo Aires

Este símbolo foi introduzido durante eventos como a Jornada Mundial da Juventude e a apresentação do Orçamento do Estado. No entanto, as críticas só emergiram após a demissão do primeiro-ministro em novembro, levantando questões sobre se a reação negativa está vinculada à atual fase política do país. Luís Montenegro até já prometeu alterar o logótipo se se tornar primeiro-ministro.

“É um facto que as críticas só surgiram depois disso: elas são de uma profunda ignorância, porque não têm a perceção da complexidade do projeto”, explica Eduardo Aires ao Público.

João Adelino Maltez, politólogo, argumenta que o novo símbolo serve para distinguir claramente o Governo da nação, um aspecto técnico e não ideológico.

ZAP //

15 Comments

  1. Polémica parva e inútil, criada por pessoas que devem ter pouco em que pensar. Um símbolo de um governo é uma coisa, uma bandeira de uma Nação é outra. É assim tão complicado distinguir as coisas?

  2. Que parvoíce absoluta, e dupla. É parvo andar a mudar estas coisas e a gastar dinheiro à toa. A minha casa está a arder, apago o fogo? Não, vai antes alterar o logotipo, pode ser que melhore.

    É também igualmente parvo andar a criticar isto passado tanto tempo.

  3. Como tal, não havia, e não há, necessidade de alterar. Muito menos pagar 74000€por um quadrado, um rectângulo e um círculo. Figuras geométricas essas de elevada complexidade de elaboração, segundo o auto das mesmas. Deplorável, primeiro o Governo ter-se permitido a fazê-lo (porque até não tinha mais onde gastar o nosso dinheiro), e depois o autor, não sabendo nós eleitores, se foi seleccionado em concurso ou se terá sido apenas convidado, ter participado na “obra”.

  4. Isso para si, para a maioria dos portugueses, que sentem a sua pátria correr no seu sangue não! São coisas diferentes? Então por que razão durante séculos os símbolos nacionais formam usados pelos governos? Afinal são governos do quê? De gostos particulares ou da nação? Já vela tudo neste mundo de parasitas que tentam impor a sua narrativa privada à da velha nação de séculos. É antiga e eu, como para muitos portugueses que um dia juraram bandeira, adoramos isso. Viviam os símbolos nacionais! Já agora, quando fazem referência à petição que pretende ver-se livre destas aberrações supostamente modernas?

  5. Parvoíce foi principalmente de quem encomendou e aprovou tal coisa. A bandeira de um país não se muda e muito menos com o argumento de “inclusivo”, “plural” e “laico”! Porquê? Isto só é possível, vindo de gente que só quer destruir a História de Portugal!

  6. Não têm a percepção da complexidade do projeto?
    O paint fez isso em 1 minuto, complexo é justificar o valor dessa complexidade, haja paciência para não dizer pior.
    O que tem de inclusivo? De laico? De plural? Que os anteriores símbolos nacionais não tivessem? Se uma determinada minoria não gostar de verde, vermelho e amarelo, mudamos de símbolos nacionais para incluir essa demanda minoritária? A democracia assenta na vontade da maioria, não das clientelas desta ou daquela ideologia mais ou menos daltónica. Senão para incluir os daltónicos temos de colocar a bandeira a tons de cinza. Ou então não somos inclusivos.

  7. A parvoíce chega a todo o lado, a extrema direita e a direita carregam bem a parte deles.
    70.000 € pode ter sido muito dinheiro, mas a simbologia está bem feita. Estamos na era digital onde a simbologia é simplificada (para bom entendedor meia palavra basta)
    Para esta gente da Direita que não sabem matemática tiram cursos simplórios de direito e economia criticam tudo e mais alguma coisa.
    Tenham um bocadinho de vergonha.

  8. José Costa, 70.000€ pode ter sido muito dinheiro? Se quiserem eu por 5€ faço essa Mudança e fico com uma Margem de Lucro de 100%, tenho 53 anos e também sei usar um computador , outra coisa não sou de Direita mas este Valor é gozar com o Povo, ou seja já se dá dinheiro assim á descarada

  9. @José Costa na era digital qualquer grafismo executado num simples “paint” permite a elaboração de logótipos muito mais sofisticados do que um simples quadrado, circunferência e outro quadrado. Relativamente a simbologia estar bem feita isso é a sua opinião, a esfera armilar representa a união entre a esperança e a coragem (verde e vermelho) do povo português, neste logótipo a interpretação pode ser um ovo entre alface e um bife, o Sol na terra dos teletubies etc… Relativamente aos cursos simplórios tirados pelo pessoal de direita, então não é que Costa tem o de direito e o Pedro Nuno Santos o de economia, será que são de direita ??? já sei só se for o pessoal da extrema esquerda é que é super inteligente e sabem matemática, então não é que Mariana Mortágua também é economista. lol…..

  10. Simplesmente uma vergonha, o PS é um partido muito à frente com umas cores mais… tipo LGBT ia…. no entanto nada mais me admira, quado o castelo de Bragança deixa de ter apoio de interesse nacional, a nova bandeira é insignificante.

  11. Não confundir um “logotipo” identificativo do Governo com a Bandeira de Portugal.
    Com a Bandeira de Portugal enquanto símbolo maior da Pátria Portuguesa não se brinca. Respeita-se e defende-se, mesmo que seja pela força das armas.
    Penso que não é disso que se trata ao brincarem aos símbolos do Governo. Porém, também deixo a minha opinião sobre o que passou a “carimbar”, quero dizer timbrar, em termos cromáticos e de forma, documentos, placas e placares indicadores das tutelas governamentais.
    O que foi oficializado é suficientemente simples para ter como suporte “teorias” que mais não visam do que empolar a trabalheira investigatória e prática que, segundo foi publicado, lhe está subjacente. Mas é o que costuma acontecer quando se pretende justificar o que pode não ter justificação.
    Sobre o que se vê, apesar de formas geométricas básicas preenchidas a cores planas, fica-se com a sensação de alguma desproporção entre elas. Deselegante diálogo que não prende a nossa observação, que chateia…
    Quanto ao valor pago pela polémica “obra”, não digo nada, não vale a pena, pois estamos habituados ao modo como os governos dispõem do dinheiro dos contribuintes.
    Mas não deixo de dizer que, para o mesmo fim, eu estudaria e criaria um logotipo que não aborrecesse tanto nem tantos. E até o fazia gratuitamente.
    Claro que sujeitar-me-ia a ver um plágio assinado por outrem, como já me aconteceu com o logotipo que vemos nos documentos e nas entradas dos estabelecimentos dos S. N. S.

  12. Continuo a achar a polémica parva e inútil, acrescentando que 70.000€ por este boneco também acho um exagero/desperdício. Mas o mais grave e simultaneamente ridículo é ameaçarem o autor – algum valentão atrás de um teclado!

  13. Nem a carbonária nem a maçonaria, que estiveram na base da queda da monarquia, se atreveram a alterar o Escudo da Bandeira Monárquica, limitando-se a suprimir a Coroa Real. O Escudo branco, carregado com os cinco escudetes azuis simbolizando a derrota de cinco reis mouros na Batalha de Ourique, pontuados com cinco besantes simbolizando as cinco Chagas de Cristo, só foram eliminados, após mais de 800 anos de vigência, por quem e para quem a palavra Pátria e a Fé Cristã não passam de LETRA MORTA sem qualquer significado.
    João Augusto.

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