Petição quer reverter a reversão do logótipo. “Que não nos arraste para o passado”

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João Relvas / Lusa

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro

Enquanto o Governo não começa a governar e escasseiam assuntos que despertem mais interesse, a alteração do logótipo do Governo continua na ordem do dia. Uma petição pública exige agora que a decisão de Luís Montenegro de reverter o logótipo seja revertida.

Um grupo de cidadãos lançou uma petição pública para reverter a alteração da nova identidade visual do Governo de Portugal, que substituiu o logótipo adotado pelo governo de António Costa por uma abordagem semelhante à que esta veio substituir.

No texto da petição, os proponentes manifestam o seurepúdio veemente e inabalável contra a recente decisão do Primeiro-Ministro Luís Montenegro de reverter a inovadora identidade visual do Governo de Portugal”.

“Esta ação não apenas desconsidera a vitalidade e a relevância da comunidade artística, criativa e de design, mas também subestima a capacidade intelectual e crítica de toda a população portuguesa”, lê-se no texto da petição.

Crítico do novo logótipo desde a sua adoção, em dezembro, Montenegro prometeu durante a campanha eleitoral resgatar elementos históricos como o escudo com as quinas e a esfera armilar — uma decisão que Eduardo Aires, autor do símbolo aprovado pelo governo de António Costa, considera “ideológica e estratégica“.

Para o designer, esta decisão é um retrocesso e uma forma de a AD “vincar a demarcação simbólica em relação ao PS” e captar “eleitorado flutuante ao Chega”.

A escolha de ignorar um trabalho de renome mundial, desenvolvido pelo Studio Eduardo Aires, não é apenas uma falha em reconhecer a excelência no campo do design; é um ato de regressão a práticas obsoletas“, sustentam os autores da petição.

“Esta decisão não apenas contraria os princípios básicos do design eficaz, mas também coloca Portugal numa posição de desvantagem no diálogo internacional e na economia criativa mundial”, alega a petição.

A reversão do símbolo do Governo foi a primeira medida do novo executivo de Luís Montenegro, que garante que não está arrependido de ter mudado o logótipo oficial do Governo

Quando em novembro de 2023 o executivo de António Costa apresentou o novo símbolo do Governo, mais “inclusivo, plural e laico os castelos, as quinas e a esfera armilar tinham caído.

 

A mudança de identidade visual não agradou a todos, havendo quem o tivesse definido como uma “gema de ovo, ladeada por grelos e tomate em campo de estupidez”.

Várias figuras políticas da direita e extrema-direita consideraram que a imagem mais minimalista e sem os tradicionais símbolos da bandeira nacional é um exemplo da ideologia “woke”.

ZAP //

9 Comments

  1. Voltemos às cores de Portugal, o azul e branco! Os republicanos não precisavam de mudar as cores da bandeira, bastava tirar-lhe a coroa. Nessa época, muitos republicanos pensavam assim, mas vingou o nacional-parolismo.

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  2. Não há nada mais importante para resolver e discutir do que fazer petições idiotas para voltar ao antigo logo??? Se foi concebido por um designer de renome internacional..então eu também sou uma! Até eu conseguia fazer igual e por menos dinheiro! Tenham juízo e façam petiçõeses sobre assuntos mais importantes para o país!!

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  3. LM mais não fez que adoptar o anterior logótipo do governo PS, que vigorou de 2016 até Novembro 2023. E digo 2016, pois apesar do símbolo ser igual, está designado por “Republica Portuguesa”, quando anteriormente estava designado “Governo de Portugal”. Falta fazer essa reversão. Designa o Governo, e identifica-o com Portugal, com os seus símbolos. Não estamos a falar de uma marca de bolachas, com todo o respeito às bolachas.

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  4. Uma coisa tão simples e um gesto tão nobre, repor os castelos, as quinas e a esfera!
    Ah e não se esqueçam que o melhor Hino da Nação a nível Mundial é para manter!

  5. Respondendo a Desconfiada: – Podendo não parecer assim tão importante, e só porque apareceu um “novo designer” estão a escancarar-se portas para, de designer em designer, mais ou menos internacional, qualquer dia ainda vamos ver como logotipo do Governo qualquer gatafunho parecido com a “Foice e o Martelo”! Poderá ser discutido se é ou não a melhor oportunidade para reverter o logotipo mas, se em quase 50 anos não foi “isso” que nos arrastou para o passado mas sim o atavismo Português bem patente no comportamento dos Políticos e Governantes que o Povo elegeu! Por ter sido o Povo a elegê-los, também deveria ter sido perguntado a esse mesmo Povo se aceitariam a mudança do logotipo! Isso sim, seria a tão badalada Democracia a funcionar.
    Carlos Varanda

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  6. Os governos passam, as instituições permanecem. Se os logótipos são assim ou assado, cagari, cagaró, como dizia a minha avó.
    No caso, o gesto é tudo e foi condizente com o governo, de características revanchistas e de regresso ao passado.
    Seria entretanto de bom tom, que alguém lembrasse ao artifíce desta querela, que em toda a história de Portugal até aos dias de hoje, o que mais desonrou a nossa bandeira e deixou os símbolos nacionais abaixo do nível do chão, foi a Cimeira das Lages.
    Alguém se lembra? Ou sofrem todos de memória selectiva e curta?
    Lembra-se, snr. Nacionalista, dr. Durão Barroso?
    Pois bem, a História não esquece. NUNCA!
    Ficaram e permanecerão gravadas a fogo, com o sangue dos inocentes, as guerras que lhe deviam pesar na consciência, em vez da defesa bacoca dos logótipos.

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  7. Vamos ser claros, eu sou designer e aquela aberração chama-se “tacho”. Se o objective seria o de criar uma identidade visual minimalista haviam mil e uma formas de o fazer, mantendo a identidade nacional em fez de fazer aquela aberração. Inclusive ponho em causa a legalidade da mesma pois não foi efectuado um concurso publico para a sua alteração. Sim eu sei, vão dizer-me isso é mentira, foi feito um concurso publico… Não, não foi, foi publicado apenas no site da INA um pseudo concurso para amigos sem nenhum tipo de divulgação e sem o mesmo ter sido publicado em diário da republica, além do mais limitaram os acessos a uma area especifica o que vai contra as regras dos concursos públicos para ser mais exacto, só puderam concorrer “Titulares, estudantes ou recém-formados em design e áreas afins em instituições de ensino profissionalizante nível 4 ou de ensino superior em áreas artísticas (design, multimédia, artes, arquitetura, marketing digital e comunicação), independentemente da natureza do estabelecimento de ensino;
    Todos os que trabalhem na área do design em entidades privadas e públicas, e com formação nas áreas de design, multimédia, artes, arquitetura, marketing digital e comunicação.” Como tal. Sim, o correcto é reverter aquela aberração e fazer-se um verdadeiro concurso publico aberto para todos e não apenas para os amigos que foram informados.

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  8. Com franqueza… Qualquer dias as fotos tipo passe não tinham os olhos, o nariz, as orelhas, a boca… E no CC desaparecia o sexo do ser… Woke, nem pensar.
    Acredito que o símbolo seja um orgulho para oe designers que o fez, amigues.

  9. Este país é, sem dúvida, único, paga-se 74.000,00€, porque não podia ser mais, por um símbolo, um desenho que qualquer menino do 4º ano fazia, e ainda há indivíduos, a dizer que aquilo é que é a evolução, ao voltarmos a adotar o símbolo anterior, estamos a regredir e quem apoia a mudança para o anterior é parolo etc…… Sinceramente! Ocupem-se em trabalhar para o país progredir….

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