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Autocarros turísticos vão reforçar transportes em Lisboa e no Porto

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto vão ter 1,5 milhões de euros para aquisição de serviços de transporte, tendo em vista o reforço da oferta rodoviária e ferroviária, que deverá começar na próxima semana.

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, durante a cerimónia sobre reforço da oferta de transporte público nas áreas metropolitanas, que decorreu no Ministério do Ambiente e Ação Climática, em Lisboa.

Segundo o governante, o objetivo é a contratualização de veículos de transporte rodoviário que não se encontram em circulação de operadores privados, nomeadamente de turismo ou excursões, para o referido reforço da rede ferroviária e rodoviária.

Na Área Metropolitana do Porto são 17 as linhas, de seis municípios, que necessitam de reforço de oferta de transporte, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa serão reforçados, de acordo com o secretário de Estado, três operadores, nomeadamente a CP nas linha de Sintra, a partir do Cacém e Amadora, e os terminais da Pontinha, Sete Rios e Entrecampos.

Também a Fertagus, no Pragal, irá ver o serviço reforçado no período da manhã e no final do dia, assim como a Metro Transportes do Sul, na ligação Corroios e Cacilhas.

Segundo o governante, o acordo irá “utilizar recursos que estão atualmente parados“, nomeadamente os operadores de transporte coletivo rodoviário, como os de turismo, que ainda estão com atividade reduzida.

De acordo com o secretário de Estado, é necessário antecipar as soluções que aumentem a oferta e não esperar quando “o problema estiver em cima da mesa”. O programa vai durar pelo menos três meses e implica um investimento total de 1,5 milhões de euros.

Ainda de acordo com Eduardo Pinheiro, o investimento vai permitir contratar 375 mil quilómetros e transportar cerca de um milhão de passageiros em cada uma das áreas metropolitanas.

Presente na cerimónia esteve igualmente o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop), Luís Cabaço Martins, que explicou que na AML existe um máximo de 300 autocarros turísticos que podem ser utilizados para o reforço da oferta de comboios e do Metro Transportes do Sul, enquanto na AMP existe entre 150 a 200 autocarros para o mesmo efeito.

“É o suficiente para as necessidades”, disse Cabaço Martins, lembrando que são os autocarros de turismo, de serviço ocasional, e de excursão que vão ser utilizados nesse reforço que trará ao ativo “viaturas e motoristas que estão parados há cerca de oito meses”.

De acordo com o responsável, a medida vai permitir “retirar do lay-off convencional pelo menos 400 motoristas de transporte de passageiros que estão a receber dois terços do salário”.

Ministro reitera segurança dos transportes públicos

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, reiterou que os transportes públicos são seguros, se cumpridas todas as normas de segurança.

“Utilizando a máscara, cumprindo as regras de higiene respiratória, não há nenhum fator acrescido de transmissão da covid-19 nos transportes coletivos. Não há nenhum risco acrescido quando comparado com o estarmos aqui, por exemplo”, disse Matos Fernandes aos jornalistas no final da cerimónia.

Matos Fernandes reforçou ainda “não ter sido reportado nenhum caso de pessoas que tenham sido infetadas com covid-19 em Portugal” nos transportes públicos, embora, reconheça não poder dizer que “ninguém foi infetado”.

“O que posso dizer é que não há nenhum caso reportado”, afirmou, pedindo aos utilizadores de transportes públicos para que não deixem de os usar nas deslocações quotidianas.

Matos Fernandes reconheceu que, embora a procura pelos transportes coletivos tenha sido “na ordem dos 60% em setembro” quando comparado com anos anteriores, o que significa “uma procura baixa”, há alguns locais onde por vezes são ultrapassados os limites dos 2/3 permitidos por lei quanto à lotação.

É o caso de alguns pontos da STCP, na Área Metropolitana do Porto e, algumas ligações de comboios da linha de Sintra, avançou.

“Por vezes, são ultrapassados os limites dos 2/3, que é o número máximo de pessoas que é permitido para se estar com segurança, por isso, se faz o reforço com operadores privados e com autocarros de turismo parados”, disse.

De acordo com Matos Fernandes, “ao longo de três a seis meses as soluções podem não ser iguais, porque o que é esta quarta-feira um problema, como na linha de Sintra à hora de ponta da manhã, poderá não ser daqui a um, dois meses”.

Matos Fernandes adiantou ainda que tudo prevê que o reforço possa acontecer “já para a semana”, exemplificando que na linha de Sintra poderá haver um autocarro de cinco em cinco minutos reforçando o serviço de comboios da CP, enquanto nos STCP poderá haver um autocarro extra a cada sete minutos.

“Em alguns casos, só na hora de ponta da manhã é mais concentrada a necessidade. Na Fertagus, por exemplo, é igual de manhã e à tarde”, exemplificou.

 

ZAP // Lusa

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