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Açores. Autarcas do PSD afastam Ventura, acordo foi fechado à revelia do líder do CDS

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Filipe Farinha / Lusa

O ministro do Ambiente de Passos Coelho, Jorge Moreira da Silva, defendeu a realização de um congresso extraordinário no PSD para clarificar a dimensão da geringonça açoriana. Porém, essa ideia é descartada pelo autarcas sociais-democratas.

Questionados pelo semanário Expresso, Emídio Sousa (Santa Maria da Feira), Rogério Bacalhau (Faro), Ricardo Rio (Braga), José Ribau Esteves (Aveiro), Carlos Carreiras (Cascais) e José Luís Gaspar (Amarante) não veem utilidade numa reunião magna.

“Seria o cúmulo dos absurdos realizar-se um Congresso extraordinário por causa de um malabarista”, disse Ribau Esteves.

“Só uma certa intelectualidade, que vive numa bolha e não conhece as realidades locais, descortina mais do aquilo que o acordo insular prevê”, continuou Emídio Sousa.

Já no que toca a entendimentos com o partido liderado por André Ventura nas eleições autárquicas de 2021, os autarcas afastam alianças no dia seguinte ao sufrágio.

Em relação ao caso específico dos Açores, Carlos Carreiras reconheceu que o PSD tem autonomia regional para fazer acordos. “Não pretendo alimentar mais o argumentário do PS, até porque está a provar da caldeirada que fez em 2015”, advertiu.

O presidente da Câmara de Aveiro lembrou que sempre foi contra geringonças. Contudo, considera o entendimento açoriano “legítimo e politicamente sustentável”.

“José Manuel Bolieiro será um grande presidente do Governo Regional”, dissw Ribau Esteves, apesar de considerar que Rui Rio tem de esclarecer que a geringonça regional não será transposta para o domínio nacional. “O PSD tem de saltar fora” da agenda de Ventura.

Ricardo Rio, de Braga, disse que a única orientação dada pelo PSD para as autárquicas é que as estruturas locais têm “liberdade” para fazer as coligações mais ajustadas às realidades concelhias. Porém, em Braga, o Chega está fora de questão.

Em Amarante, José Luís Gaspar também diz “não” a um Congresso. “Falta perceber a dimensão nacional e autárquica, mas julgo que no momento oportuno será esclarecida”, referiu. Por outro lado, o Chega “não tem lugar nem dimensão” para ser equacionado em qualquer tipo de aliança local em Amarante.

Em Santa Maria da Feira, onde o PSD tem maioria absoluta, Emídio de Sousa irá a votos sozinho – sem coligações.

Acordo entre CDS e Chega fechado à revelia do líder

O semanário Expresso adianta este sábado que o vice-presidente do CDS e líder do CDS/Açores, Artur Lima, assinou entendimento de incidência parlamentar com o partido de Ventura ao lado do PSD e do PPM sem que o líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha afastado essa hipótese, tivesse sido avisado.

“O CDS celebrou um acordo para a formação de Governo apenas com o PSD e com o PPM, que fique muito claro”, garantiu Francisco Rodrigues dos Santos, na quinta-feira, um dia antes de serem conhecidos os três documentos que serviram de base à geringonça de direita.

Porém, quando fez essa declaração, o líder do CDS não sabia que Artur Lima tinha rubricado o acordo em que o Chega estava envolvido. O documento foi subscrito à revelia do presidente.

Numa tentativa de minimizar a situação, foi emitida uma nota em que Artur Lima salientou que o pacto só teve a bênção centrista por “lealdade institucional” ao PSD/Açores e para “confirmar a coesão da solução” política.

Artur Lima “criou um problema à direção”, disse um alto responsável nacional ao Expresso.

Esta sexta-feira, Adolfo Mesquita Nunes rompeu o silêncio desde o congresso de janeiro e criticou o acordo desenhado com o Chega nos Açores. Para o antigo vice-presidente de Assunção Cristas, a aliança compromete a “identidade e a sobrevivência” do CDS-PP

O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino. O PS venceu as eleições legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL). Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.

ZAP //

10 Comments

  1. O espantalho de Mem Martins é tratado como se tivesse sarna ou cheirasse mal dos pés.
    Mas lata não lhe falta. Põe-se em bicos de pés, até parece um gigantone.

  2. O PSD ainda irá ficar abaixo do CHEGA com André Ventura, Rui rio e outros que julgam ser os donos do PSD, um dia cairão na merd…
    Eu aposto na politica de André Ventura, queremos um país mais seguro, mais respeito sem corruptos e ladrões do povo.
    Queremos a redução de Deputados na Assembleia da República etc…
    Queremos cortes nos vencimentos de Governantes e Deputados e sem quaisquer mordomias, quem tem cartão de saúde que os pague.
    Pois o SNS tem Centros de Saúde, Hospitais Públicos etc… o que essa gente se acha superior por isso têm Cartão de Saúde paga pelo povo.
    Acabar com as Subvenções Vitalícias, criadas pelo Mario Soares em 1995 para ajudar as familias deles e dos amigos.
    E assim foi aprovado em 1995 por unanimidade na Assembleia da República a Subvenção Vitalicia, todos partidos o aprovaram, pois era para encher mais o seu umbigo claro.
    VIVA PORTUGAL SEM ABUTRES E HIENAS

    • Jaime, Jaime… lá vens tu com os delírios, as mentiras e os disparates do costume!…
      As subvenções vitalícias foram criadas em 1985 num governo de bloco central PS/PSD, cujo ministro das finanças era do PSD.
      Acabaram em 2005 pela mão do Sócrates, mas sem efeitos retroativos e, infelizmente ainda há parasitas que as vão receber até à morte – incluindo o próprio Sócrates!! Armando Vara, Duarte Lima, Miguel Macedo, Miguel Relvas, Rui Rio, Ferro Rodrigues, Marques Mendes, Guterres, etc, etc, são alguns dos beneficiários (alguns deles criminosos condenados)!!

  3. Deixem-se de tretas ! Esta coligação anti-PS é uma coisa muito benvinda, para afastar a tralha xuxa que já governa os Açores há 24 anos. Esta tralha tem que provar do veneno que eles próprios espalharam quando afastaram o PSD, que tinha ganho as eleições com Passos Coelho.

  4. O Ventura, esse tem sido um grande homem, tem enfrentado tudo e todos, e tem dado o peito às balas. Já é alvo de processos judiciais por não ter feito mais do que usar a liberdade de expressão, já tem multas inclusive por pagar, é criticado por defender o nosso povo e património nacional enfim. Só tem uma de duas saídas, ou sair vitorioso ou cair em desgraça, pois é certo que se for derrotado todos lhe irão cair em cima.

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