O presidente da Câmara de Pedrógão Grande disse nesta quarta-feira que tem sido vítima de uma cabala e perseguição política na sequência do incêndio de 2017 no concelho, e admitiu processar judicialmente os detratores.
Numa conferência de imprensa para abordar o arquivamento de um inquérito a uma alegada fraude na distribuição de donativos aos lesados do incêndio de junho de 2017, Valdemar Alves manifestou-se satisfeito com a decisão do Ministério Público (MP) e disse que todo o “fumo” em volta desta questão é motivado por querelas políticas.
“Isto é a prova de que se trata de uma cabala e de uma perseguição pessoal e política, pelo que estou tranquilo em todas as frentes que os meus ‘amigos’ me têm aberto, mas cá estamos para ir esclarecendo as autoridades judiciais caso a caso”, salientou o Valdemar Alves, reeleito pelo PS em outubro de 2017, após ter cumprido um primeiro mandato pelo PSD.
O MP “esteve cá, levou as listagens de bens, viu as contas bancárias e falou com as pessoas”, disse o presidente do município (distrito de Leiria), confirmando que o processo foi arquivado por inexistência de indícios de crime.
O inquérito arquivado tinha sido aberto na sequência de uma notícia publicada em 28 de julho de 2018, que levantava a suspeita de desvio de donativos, em dinheiro e em bens materiais, efetuados na sequência do incêndio de 17 de junho de 2017, que causou 66 mortos e destruiu centenas de habitações.
O presidente do município de Pedrógão Grande admitiu processar judicialmente os detratores que, através da comunicação social, o tenham difamado a si ou à sua família. “Vou analisar as imagens de declarações proferidas e se ofenderam os meus familiares e amigos é claro que vou processar os difamadores“, referiu aos jornalistas.
Sobre as recentes polémicas relacionadas com a distribuição de bens às vítimas do incêndio de 2017, Valdemar Alves considerou que se inserem na campanha que está montada contra si, pelo que acredita que o seu destino será também o do arquivamento.
“Acredito que está tudo bem e temos visto que estas denúncias todas nas últimas reportagens são falsas e não correspondem à verdade“, sublinhou.
O autarca adiantou que os eletrodomésticos à guarda do município para apetrechamento das casas reconstruídas ao abrigo do programa Revita, e que foram alvo de reportagem televisiva, vão ser instalados em locais da responsabilidade das respetivas instituições.
Referindo que apenas o município de Pedrógão Grande tem estado sob escrutínio, Valdemar Alves questionou por que razão outras instituições, como misericórdias, bombeiros e instituições particulares de solidariedade social, que “receberam dinheiro e bens”, não são também investigadas.
“Houve entidades que receberam donativos em dinheiro dos Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha e eu também gostaria de ver isso averiguado, mas só a Câmara de Pedrógão Grande está a pagar as favas porque me candidatei por outro partido”, frisou.
// Lusa
Não se vire o feitiço contra o feiticeiro…