Oito meses de investigação culminaram na detenção de quatro promotores comerciais bancários, no distrito de Viana do Castelo, suspeitos de lesar dezenas de clientes de instituições financeiras.
Esta quarta-feira, foram detidas quatro pessoas no distrito de Viana do Castelo por suspeitas de autoria de crimes de burla qualificada, associação criminosa, falsificação de documentos e abuso de confiança, anunciou a Polícia Judiciária.
Com idades entre os 37 e os 55 anos, os detidos são todos promotores bancários, sendo que um deles, Ricardo Monteiro Pimenta, é também presidente da Junta de Freguesia da Ribeira, concelho de Ponte de Lima, e outro preside à direção da Associação Empresarial de Ponte de Lima.
Em comunicado, a Polícia Judiciária adianta que os suspeitos desenvolveram durante anos, no distrito de Viana do Castelo, “atividade de promoção bancária, a coberto da qual terão praticado os crimes”. Na sequência dos crimes, foram prejudicados cerca de 80 clientes do banco, em prejuízos que ascendem a mais de 1,6 milhões de euros.
António Gomes, coordenador da PJ de Braga, adiantou ao Expresso que os suspeitos estabeleceram contratos com instituições financeiras ou bancárias para angariação de clientes e venda de produtos de alto risco. Os arguidos angariavam clientes para o Deutsche Bank e prometiam-lhes investimentos seguros e de risco baixo ou nulo, com juros “muito elevados”, mas acabavam por investir o dinheiro em produtos financeiros de “elevadíssimo risco”.
“Os promotores recebiam os valores dos clientes, em cheques, não em dinheiro vivo, que prometiam aplicar em depósitos a prazo ou outros produtos financeiros com juros superiores aos praticados pela banca, mas que eram investidos em produtos de alto risco ou desviados em proveito próprio”, disse. Em alguns casos, os clientes perderam a totalidade do investimento.
O perfil-tipo das vítimas eram reformados, emigrantes e pessoas de baixa escolaridade, incluindo iletrados, adianta a TVI24. A atividade criminosa decorreria desde 2008, mas alguns dos lesados apresentaram queixa no Ministério Público, originando uma investigação pela PJ que começou há oito meses.
Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial na tarde desta quinta-feira para aplicação das medidas de coação. A PJ prosseguirá com a investigação, a fim de identificar o destino dado pelos arguidos ao dinheiro.
Ai os autarcas… sempre os autarcas…
Errado!
Estes são bancários (e um deles também é presidente da junta, mas isso nada tem a ver com o caso)!