A Austrália aprovou a vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer e as primeiras doses deverão ser administradas a partir do final de fevereiro. Em Israel, os jovens dos 16 aos 18 anos vão começar a ser vacinados para poderem voltar à escola.
Comecemos pela evolução da pandemia no continente europeu. Na Alemanha, as autoridades sanitárias comunicaram, esta segunda-feira, 6729 novos contágios nas últimas 24 horas e 217 óbitos provocados pela doença.
Neste país, o número total de casos desde o princípio da pandemia é de 2.141.655 e o de mortos é de 52.087. Segundo o Instituto Robert Koch (RKI), 1.823.500 pessoas conseguiram curar-se da doença e 266.100 são considerados casos ativos.
No conjunto da Alemanha, a incidência acumulada nos últimos sete dias situa-se em 111,2 casos por cada 100 mil habitantes, frente a 134,4 da semana passada sendo que as novas infeções atingem 92.457 pessoas.
O número de pacientes com covid-19 nas unidades de cuidados intensivos ascendia no domingo a 4628, dos quais 2633 necessitam de respiração assistida, de acordo com dados da Associação Interdisciplinar Alemã de Cuidados Intensivos e de Medicina de Urgência.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 318 novos internamentos de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos e 351 saíram dos cuidados intensivos (39% corresponde a óbitos), refere o RKI.
Desde o passado dia 26 de dezembro, o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina na Alemanha é de 1.469.353 (1,8% da população) e 163.424 foram inoculadas com a segunda dose.
França registou 18.436 novos casos e 172 mortos nas últimas 24 horas, divulgaram hoje as autoridades de saúde. O número de óbitos desde março ascende a 73.049, dos 3.053.617 contágios confirmados desde o início da pandemia.
Com 11.155 novos doentes internados em hospitais na última semana, as hospitalizações estão a aumentar e superam já as 26 mil em todo país, com 2955 pacientes nos cuidados intensivos.
Desde o início da campanha, a 27 de dezembro, foram já vacinadas 1.026.871 pessoas em França, que superou um milhão este sábado.
O Governo francês ativou, este sábado, o recolher obrigatório entre as 18h00 e as 06h00 e não descarta impor um terceiro confinamento se os dados da próxima semana não melhorarem.
Polícia holandesa dispersa protestos violentos
Na Holanda, a polícia teve de dispersar dois protestos contra o recolher obrigatório, em Amesterdão e Eindhoven, este domingo, utilizando canhões de água, cães e gás lacrimogéneo. Os participantes lançaram objetos, fogo de artifício e pedras contra a polícia, o que levou as autoridades a atuar.
Em Eindhoven, os manifestantes pegaram fogo um contentor e vários automóveis, partiram janelas de vários edifícios, saquearam lojas da estação central de Eindhoven e nos seus arredores, registando-se vários atos de vandalismo em espaços públicos. Foram detidas dezenas de pessoas devido às altercações.
Já em Amesterdão, a polícia dispersou uma manifestação de cerca de 250 pessoas com canhões de água e retirou à força aqueles que se recusavam sair da praça Museumplein, que tinha sido considerada como área de risco de segurança pelas autoridades locais, tendo depois sido declarada a emergência municipal em toda a cidade.
Em nenhuma das manifestações os participantes usaram máscaras ou mantiveram o distanciamento social. Os protestos visam as medidas que entraram em vigor no país no sábado, onde se inclui o dever de recolhimento obrigatório, a primeira restrição à mobilidade aplicada no país desde que, em março de 2020, começou a pandemia, que exige um razão ponderosa para sair à rua entre as 21h00 e as 04h30.
Em Israel, conta a agência Reuters, as autoridades de saúde já começaram a vacinar, este domingo, jovens com idades entre os 16 e os 18 anos. O objetivo é que estes estudantes possam voltar à escola e fazer os seus exames.
O país do Médio Oriente é a nação com a maior taxa de vacinação no mundo. Com importações regulares da vacina da Pfizer, já administrou pelo menos uma dose a mais de 25% da sua população, composta por nove milhões de pessoas, desde 19 de dezembro, segundo dados do Ministério da Saúde.
Israel contabiliza, desde o início da pandemia, quase 598 mil casos de infeção, sendo que mais de quatro mil pessoas acabaram por falecer. Neste momento, há quase 525 mil pessoas dadas como recuperadas.
Na Austrália, foi aprovada a vacina contra a covid-19 produzida pela Pfizer e as primeiras doses deverão ser administradas a partir do final de fevereiro, anunciou o primeiro-ministro australiano. Esta é a primeira vacina contra a covid-19 aprovada no país pela Administração de Bens Terapêuticos (TGA).
“Sublinho que esta não é uma aprovação de emergência como vimos noutros países”, declarou Scott Morrison. “Trata-se de uma aprovação oficial no termo dos procedimentos regulares da TGA”, acrescentou.
A Austrália encomendou dez milhões de doses à farmacêutica norte-americana, o que permitirá vacinar cinco milhões de pessoas, com prioridade para trabalhadores da área da saúde e idosos.
Morrison advertiu que a campanha de vacinação ia começar no final de fevereiro e não em meados do mês, como tinha inicialmente prometido o Governo, devido às dificuldades logísticas da produção e da entrega de vacinas em todo o mundo. O responsável indicou que a campanha deverá terminar em outubro.
As autoridades australianas conseguiram travar uma propagação geral do novo coronavírus no território. Com 25 milhões de habitantes, a Austrália contabilizou cerca de 28.700 casos de covid-19 e 909 mortos desde o início da pandemia.
Administração Biden preocupada com distribuição da vacina
Responsáveis da nova administração norte-americana admitiram, este domingo, que a distribuição da vacina será um dos desafios a superar para atingir a meta de 100 milhões de doses administradas nos primeiros 100 dias de governo de Joe Biden.
“O processo de distribuição da vacina, principalmente fora de lares de idosos e dos hospitais, na comunidade como um todo, não existia realmente quando chegámos à Casa Branca”, alertou o chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, em entrevista ao programa “Meet the Press”, da estação televisiva NBC News.
Segundo o chefe de gabinete de Biden, a forma como os norte-americanos estão a ser vacinados é “caótica e muito limitada” e reconheceu que fornecer doses a toda a população “é um processo difícil”.
“Vamos fazer esse trabalho nós mesmos. Vamos montar esses centros federais de vacinação para garantir que, nos estados que não têm postos de vacinação suficientes, serão preenchidas essas lacunas”, acrescentou.
Também a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, Rochelle Walensky, apontou o fornecimento da vacina como “a restrição mais limitativa desde o início” do processo de vacinação nos Estados Unidos.
“Não temos tantas doses quanto gostaríamos de ter agora para estados como Nova Iorque ou outros estados que afirmam ter ficado sem vacinas”, adiantou a especialista no programa “Fox News Sunday”, da cadeia Fox News.
Walensky manifestou-se confiante de que a produção do fármaco contra a covid-19 “aumentará drasticamente” no final de março e que as autoridades terão mais oferta do que a existente agora no país.
Presidente do México infetado
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, de 67 anos, anunciou, no domingo, que está infetado com covid-19 e que se encontra a fazer “tratamento médico”.
“Lamento informá-los que estou contagiado com covid-19. Os sintomas são leves, mas estou a fazer tratamento médico. Como sempre, estou otimista. Vamos todos seguir em frente”, informou o chefe de Estado na conta oficial do Facebook.
López Obrador explicou que, durante os próximos dias, a secretária de Governação, Olga Sánchez Cordero, vai substituí-lo nas conferências de imprensa matutinas diárias.
O chefe de Estado acrescentou que vai continuar a dar seguimento aos “assuntos públicos desde o Palácio Nacional”, onde reside, e que mantinha a conversa telefónica com o homólogo russo, Vladimir Putin, para abordar a vacina russa.
No fim de semana, López Obrador participou em cerimónias públicas junto de vários membros do Governo e nunca usou máscara, uma vez que se nega a usá-la desde o início da pandemia.
O México conta com um total de 1,7 milhões de infetados e 150 mil mortos. Com estes números, o país continua a ser o quarto país do mundo com mais mortes por covid-19, depois dos Estados Unidos, Brasil e Índia, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Brasil com mais 592 mortes em 24 horas
O Brasil registou mais 592 mortes e 28.323 infeções confirmadas por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo os números divulgados no domingo pelo Governo brasileiro.
Até agora, desde o início da pandemia, já morreram 217.037 pessoas no Brasil. Em relação às infeções, com os últimos números, o país atingiu os 8.844.577 diagnósticos positivos desde o início da pandemia.
No Brasil, país lusófono mais afetado pelo novo coronavírus e um dos mais atingidos do mundo, a taxa de letalidade da doença permanece em 2,5%. Já a taxa de incidência está fixada em 103 mortes e 4208 casos por cada 100 mil habitantes.
Geograficamente, o foco da pandemia está em São Paulo, estado mais rico e populoso do país, que sozinho concentra 1.699.427 infetados e 51.502 óbitos.
No total, mais de 7,6 milhões de pacientes (7.653.770) já recuperaram da doença no Brasil, enquanto 973.770 diagnosticados permanecem sob acompanhamento médico, em hospitais ou nas suas residências, a depender da gravidade dos casos.
China com 124 novos casos, 117 de contágio local
A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 124 casos nas últimas 24 horas, 117 dos quais são contágios locais registados em três províncias e duas cidades.
Os casos locais foram detetados no nordeste do país, nas províncias de Jilin (67), Heilongjiang (35) e Hebei (11). Nas cidades de Pequim e de Xangai foram registados três casos e um, respetivamente.
As autoridades chinesas isolaram várias zonas naquelas províncias para controlar os diferentes surtos e estão a realizar uma campanha maciça de testes à covid-19 entre a população para travar o aumento dos casos.
Os três casos detetados em Pequim foram registados no distrito de Daxing, palco de um surto que as autoridade estão a tentar controlar através de confinamentos seletivos, rastreio de contactos próximos e testes maciços.
O Governo chinês está a tentar evitar a propagação da doença durante o período das festividades do Ano Novo Lunar, que este ano decorre entre 11 e 17 de fevereiro, quando centenas de milhões de chineses regressaram aos locais de origem.
Em algumas províncias, as autoridades cancelaram férias, comemorações públicas e exposições típicas nesta época e pediram para limitar as deslocações a viagens essenciais.
A Comissão de Saúde da China indicou que os restantes sete casos detetados nas últimas 24 horas foram diagnosticados em viajantes oriundos do estrangeiro e chegados às cidades de Xangai (dois) e Tianjin (dois), e às províncias de Guangdong (dois) e Fujian (um). O número de infetados ativos no país fixou-se em 1850, incluindo 109 em estado grave, acrescentou.
A 14 de janeiro, e depois de quase oito meses sem registar qualquer óbito, o organismo anunciou uma nova morte, o que eleva o número total de mortos para 4635, de acordo com os dados oficiais. Desde o início da pandemia, o país somou 89.115 infetados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.121.070 mortos resultantes de mais de 98,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
ZAP // Lusa