A ausência de Boris Johnson, o favorito para ganhar a eleição interna no partido Conservador para suceder à primeira-ministra britânica, Theresa May, foi este domingo simbolizada por um lugar vazio num debate televisivo com os restantes cinco candidatos.
“Estamos a falar há 25 minutos sobre o Brexit e onde está o Boris?”, questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, no meio do debate transmitido na estação Channel 4, apontando para o lugar vazio.
Hunt insinuou que Johnson foi aconselhado pelos assessores para não debater com “cinco colegas bastante simpáticos”, questionando a capacidade para dialogar e negociar com os 27 Estados membros da União Europeia para tentar desbloquear o Brexit. “Ele devia estar aqui para responder a essa pergunta”, criticou.
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros justificou-se na sexta-feira, alegando que um debate a seis seria “cacofónico” e prometeu participar no próximo debate televisivo, na terça-feira à noite na BBC.
Boris Johnson, anterior ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, tem optado por uma estratégia de pouca interação com a imprensa — e os seus oponentes estão a usar isso como vantagem, tendo assinado um comunicado conjunto a comprometer-se com a participação num debate televisivo.
Desde o início da campanha, Johnson só respondeu a seis perguntas de jornalistas — e tem recusado sucessivamente todos os pedidos da imprensa para dar entrevistas.
Boris Johnson foi o vencedor destacado da primeira volta, na quinta-feira, da eleição interna para escolher um novo líder conservador, que será consequentemente nomeado primeiro-ministro, ao angariar 114 votos, mais do que os votos somados dos três rivais mais próximos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, foi segundo, com 43 votos, o ministro do Ambiente, Michael Gove, terceiro, com 37 votos, e o ex-ministro para o Brexit, Dominic Raab, terceiro, com 27 votos. Na eleição continuam ainda o ministro do Interior, Sajid Javid, e o ministro para o Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart.
A segunda volta realiza-se na terça-feira à tarde, sendo eliminados os candidatos com 32 votos ou menos, correspondentes a 10% dos 313 deputados conservadores habilitados a votar. Nos dias seguintes realizam-se uma série de votações com o objetivo de selecionar dois finalistas, os quais serão depois submetidos ao voto dos cerca de 160 mil militantes do partido.
Theresa May mantém-se em funções até à conclusão do processo, esperado para o final de julho, mas deverá apresentar a demissão logo que o sucessor esteja definido.
ZAP // Lusa
Começa logo a dar o exemplo habitual dos politicos que é nunca estar presente quando é preciso!
Só nos faltava agora um trump europeu!!!