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Aulas na televisão arrancam esta segunda-feira para 850 mil alunos

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André Kosters / Lusa

Entre as 9h e as 17h30, mais de uma centena de professores vão entrar nas casas dos mais de 850 mil alunos do ensino básico.

Mais de 850 mil alunos do ensino básico contam a partir desta segunda-feira e durante o terceiro período com aulas de apoio através da televisão, e vão aprender com professores à distância devido à pandemia de covid-19.

São 112 docentes de seis escolas públicas, duas privadas e da ciberescola, no âmbito do programa “Estudo Em Casa”, um conjunto suplementar de recursos educativos, criado pelo Ministério da Educação, e que começa a ser transmitido diariamente pela RTP Memória, a partir desta segunda-feira.

As aulas começam às 9h00 para os mais pequenos e terminam às 17h30 depois das matérias dadas aos do 9º ano.

A maioria dos alunos tem uma hora de aulas por dia, dividida em dois blocos de 30 minutos. Os professores dos alunos do 1° e 2° anos são os primeiros a aparecer no ecrã, surgindo depois as matérias para os do 3° e 4° anos.

Ao final da manhã, é a vez dos docentes das turmas do 5.º e 6.° anos. Durante a tarde, as primeiras matérias são para os do 7º e 8° anos e, finalmente, há um bloco só para os alunos do 9° ano.

Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados, por decisão do Governo para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus. Mais de dois milhões de crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa e a maioria tem aulas à distância através de plataformas online ou trocas de emails com os seus professores.

No entanto, há quem não tenha Internet ou equipamentos para poder acompanhar as aulas. O problema é mais dramático entre os alunos até aos 15 anos.

Com base em dados do INE de 2019 sobre famílias com filhos com menos de 15 anos que vivem em habitações sem acesso à Internet, os economistas Hugo Reis e Pedro Freitas concluíram que, só no ensino básico, haverá cerca de 50 mil alunos nesta situação. Os números constam de um artigo publicado no site da Iniciativa Educação, um projeto da família Soares do Santos.

Os diretores escolares acreditam que o projeto de ensino pela televisão será aproveitado pela grande maioria dos professores, mesmo os que não têm alunos “desligados”.

É um complemento às aulas que estão a dar e acho que ninguém o vai desperdiçar. Vão usar os alunos que não têm Internet e os outros também”, contou à Lusa Filinto Lima, diretor de um agrupamento de escolas de Vila Nova de Gaia e presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Há mais de 850 mil estudantes no ensino básico e os que estiverem a ter aulas com os seus professores podem rever as matérias mais tarde através da plataforma online RTPPlay.

// Lusa

1 Comment

  1. Fui espreitar a telescola. Estava a dar uma aula de português. A professora dizia “ok” no lugar dos pontos finais. Argh! Não gostei. Saí da sala de aula e a setora nem reparou.

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