Micah Xavier Johnson, o homem acusado de matar cinco polícias num ataque durante um protesto na cidade americana de Dallas, no Texas, teria agido sozinho, informaram autoridades.
“Acreditamos que a cidade está a salvo agora”, afirmou o Presidente da Câmara de Dallas, Mike Rawlings.
Na sexta-feira, as autoridades falavam de um ataque coordenado envolvendo pelo menos dois atiradores. No entanto, também o chefe da polícia de Dallas, David Brown, e o secretário de segurança doméstica dos Estados Unidos, Jeh Johnson, confirmaram a versão de que Johnson teria agido sozinho.
O jornal New York Times descreve que o autor do massacre de cinco polícias na quinta-feira em Dallas tinha deixado o exército depois de ter sido acusado de abuso sexual e aconselhado a receber ajuda psiquiátrica.
O soldado pediu em 2014 uma ordem de proteção e o exército iniciou um processo para conceder baixa a Micah Xavier Johnson, indicou ao jornal Bradford Glendening, advogado militar designado para o representar.
“Não gostavam dele, isso ficou bem claro ao falar com o seu comandante”, disse o advogado.
Seguindo o conselho do seu mandatário, Johnson renunciou ao direito de ter uma audiência e recebeu baixa do exército em abril de 2015.
Então, Johnson, de 25 anos, regressou do Afeganistão e foi para Dallas, onde começou a interessar-se por organizações e grupos afro-americanos que incentivavam a retaliação contra brancos, segundo relata o mesmo jornal.
O jovem perpetrou o massacre com o objetivo deliberado de “matar pessoas brancas, especialmente agentes da polícia brancos”, por estar indignado com a morte de negros causada pela intervenção de polícias brancos, explicou na sexta-feira o chefe da polícia de Dallas, David Brown.
Foi isto que o agressor disse aos negociadores durante a ocorrência, antes de morrer devido à explosão de uma bomba que a polícia enviou, através de um robot, até ao estacionamento em que se encontrava entrincheirado. O recurso a esta tecnologia não é habitual fora das zonas de guerra.
Segundo os dados mais recentes da investigação, o suspeito tinha em sua casa material para fabricar bombas, coletes anti-bala, espingardas, munições e um diário pessoal sobre táticas de combate.
Fontes do Pentágono dissseram à agência EFE que Johnson esteve destacado entre novembro de 2013 e julho de 2014 no Afeganistão com o exército dos Estados Unidos e que entre março de 2009 e abril de 2015 integrou a reserva como especialista em serviços de carpintaria e alvenaria.
O massacre na quinta-feira, que comoveu o país, provocou também nove feridos, dois civis e sete polícias.
O ataque ocorreu durante protestos motivados pela morte de Philando Castile e Alton Sterling pela polícia. Castile foi morto depois de o seu carro ter sido parado pela polícia em St Paul, Minnesota, na quarta-feira. Sterling foi morto um dia antes, em Baton Rouge, Louisiana.
Ambos os incidentes foram gravados em vídeo, reacendendo um debate nacional sobre a violência policial contra negros.
ZAP / Lusa / BBC