Pelo menos 50 pessoas morreram e outras 72 ficaram feridas num atentado suicida durante uma concentração de religiosos, que celebravam nesta terça-feira o nascimento do profeta Maomé em Cabul, Afeganistão, segundo um novo balanço das autoridades locais. O anterior balanço dava conta de 40 mortos e 60 feridos.
“A explosão ocorreu no salão Uranus onde estavam reunidos ‘ulemás’ (designação de teólogos na religião muçulmana) para celebrar hoje o nascimento do profeta”, declarou à agência France Presse o porta-voz da polícia de Cabul, Basir Mujahid.
Posteriormente, já em declarações à agência espanhola EFE, o mesmo porta-voz da polícia precisou que o atentado foi perpetrado por um insurgente que se fez explodir.
O porta-voz do Ministério da Saúde Pública, Wahidullah Majroh, esclareceu que o número de mortos aumentou porque alguns dos feridos mais graves não conseguiram resistir aos ferimentos. Segundo, Wahidullah Majroh, as vítimas do atentado são “homens e civis”.
O dia de ontem é celebrado como feriado no Afeganistão e muitas pessoas concentram-se em restaurantes ou em outros locais de convívio para comemorar o nascimento do profeta Maomé.
O Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, condenou, entretanto, o atentado, referindo que o ato foi “um crime imperdoável” realizado por “terroristas inimigos do Islão”. “É um crime contra o Islão e a humanidade (…), os terroristas, uma vez mais, agiram contra os ensinamentos do profeta”, frisou Ghani.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas quer os talibãs quer o ramo local do grupo extremista Estado Islâmico já escolheram como alvos religiosos muçulmanos alinhados com o governo.
De acordo com um relatório das Nações Unidas, revelado em julho e citado pela CNN, o número de civis mortos no Afeganistão atingiu valores recorde no primeiro semestre de 2018, ascendendo a 1700 vítimas mortais – o número mais elevado da última década.
ZAP // Lusa