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Vários jornalistas mortos num atentado em Cabul que matou mais de 20 pessoas

Jawad Jalali / EPA

O Estado Islâmico já reivindicou o duplo atentado suicida no centro de Cabul, Afeganistão, no qual morreram pelo menos 25 pessoas e outras 40 ficaram feridas.

Num comunicado oficial do Estado Islâmico difundido pelos canais Telegram, ligados ao grupo terrorista, os bombistas suicidas são identificados como Qaqaa al Kurdi e Jalil al Qurashi.

O ataque, de acordo com a declaração, cuja autenticidade não pôde ser confirmada, ocorreu na sede dos serviços de inteligência afegãos, conhecida como “Presidência 90”.

Entre os mortos do duplo atentado estão vários jornalistas, entre eles um fotógrafo da Agência France Presse (AFP) e três outros jornalistas, que tinham ido fazer reportagem ao local logo após o primeiro ataque.

Um jornalista da AFP contou 14 corpos na morgue do hospital Wazir Akbar Khan, mas outras vítimas foram enviadas para o hospital da organização não governamental italiana Emergency.

Shah Marai, fotógrafo-chefe do escritório da AFP em Cabul, que estava no local da primeira explosão, foi morto no segundo ataque, que ocorreu cerca de trinta minutos depois. O jornalista trabalhava para a AFP desde 1996 e participou na cobertura da invasão dos EUA, em 2001.

Três outros jornalistas presentes foram atingidos por esta explosão, todos eles em serviço para televisões afegãs, incluindo um para o canal Tolo News, que já sofreu um ataque em 2016 que causou sete mortes e que foi reivindicado pelos talibãs.

De acordo com uma fonte das forças de segurança, o ‘kamikaze’ que atacou a imprensa tinha-se escondido entre os repórteres, transportando uma câmara. “O bombista suicida fez-se explodir entre os jornalistas“, disse o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.

O quartel-general do NDS havia sido alvo de um ataque suicida em março, quando um homem-bomba atravessou a barreira policial e se fez explodir na entrada do edifício, matando três pessoas e ferindo outras cinco.

Cabul tornou-se, segundo a ONU, o local mais perigoso no Afeganistão para os civis, com o aumento dos ataques, geralmente perpetrados por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou pelo Estado Islâmico.

11 crianças mortas em ataque a coluna da NATO

No mesmo dia, pelo menos 11 crianças morreram e outras 17 pessoas ficaram feridas, entre as quais cinco soldados romenos da NATO, num ataque suicida contra uma coluna das forças aliadas na província de Kandahar, no sul do Afeganistão.

O ataque ocorreu perto do aeroporto de Kandahar, cuja segurança está entregue ao contingente romeno da operação da NATO no país, explicou o governador da província, Said Aziz Ahmad Azizi.

“A coluna circulava junto à aldeia de Abdullh, perto do aeroporto, quando um bombista se fez explodir junto dos veículos, em torno dos quais se tinham juntado muitas crianças”, disse, citado pela agência AFP.

Um porta-voz da polícia de Kandahar, Qasim Afghan, confirmou o balanço e precisou que o ataque ocorreu às 11h00 locais (07h30 em Lisboa).

Outras versões, avançadas por outro porta-voz da polícia de Kandahar, Matiullah Helal, citado pelas agências AP e EFE, dão conta de que o ataque foi perpetrado com um carro armadilhado quando a coluna militar passava perto de uma escola religiosa ou de uma mesquita, atingindo as crianças que brincavam no pátio.

Em 2017, 861 crianças morreram e 2.318 ficaram feridas em ataques e combates no Afeganistão, segundo a missão da ONU no país (UNAMA).

ZAP // Lusa

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