Ataque russo a café de aldeia mata 51 civis no leste da Ucrânia

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“Os terroristas atacaram deliberadamente durante a hora de almoço, para garantir o maior número de mortes”, afirma o ministro da Defesa ucraniano. Ataque é um dos mais fatais entre todos os ataques desde o início da invasão.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, denunciou esta quinta-feira um ataque com rockets russos contra uma loja de uma aldeia no leste da Ucrânia, afirmando que matou pelo menos 49 civis e foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos meses. Entretanto, outros dois mortos foram confirmados.

Os civis atingidos pelo míssil balístico Iskander encontravam-se num café e numa mercearia da aldeia de Hroza, em Kharkiv, segundo a RTP. As imagens aterrorizantes mostram o local reduzido a escombros e corpos de civis.

Os habitantes da vila estariam no café a participar num serviço fúnebre quando foram alvo do ataque, que vitimou 51 de 330 habitantes da vila, segundo o ministro ucraniano do Interior, Ihor Klymenko.

“Havia nesta reunião pessoas de cada família, de cada casa da vila. É uma terrível tragédia”, lamentou o governante.

O chefe do gabinete presidencial, Andrii Yermak, e o governador de Kharkov, Oleh Syniehubov, adiantaram que um menino de seis anos estava entre os mortos, acrescentando que outras seis pessoas ficaram feridas.

A Ucrânia vai abrir uma investigação ao ataque que terá sido previamente delineado.

“Os terroristas atacaram deliberadamente durante a hora de almoço, para garantir o maior número de mortes”, disse por sua vez o ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov. “Não houve alvos militares aqui. Foi um crime hediondo com o objetivo de assustar os ucranianos”.

O ataque está a ser considerado um dos mais fatais entre todos os ataques à Ucrânia desde o início da invasão russa.

“Ato de terrorismo completamente deliberado”

Zelenskyy, que está em Granada, Espanha, numa cimeira com cerca de 50 líderes europeus que visa angariar apoio para o país em guerra, classificou o ataque como um “crime russo comprovadamente brutal” e “um ato de terrorismo completamente deliberado”.

O Presidente ucraniano instou os aliados ocidentais a ajudarem a fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia, alegando que “o terror russo tem de ser travado”.

“A Rússia faz ataques terroristas como este apenas para uma coisa: fazer da sua agressão genocida a nova norma para todo o mundo”, acusou.

“Agora estamos a falar com os líderes europeus, em particular, sobre o reforço da nossa defesa aérea, o fortalecimento dos nossos soldados, a proteção do nosso país contra o terrorismo. E responderemos aos terroristas”, acrescentou.

“O mais importante para nós, especialmente antes do inverno, é fortalecer a defesa aérea, e já existe uma base para novos acordos com parceiros”, disse Zelenskyy, num comunicado publicado no canal de mensagens Telegram.

No inverno passado, a Rússia atacou o sistema energético da Ucrânia e outras infraestruturas vitais através de ataques constantes de mísseis e drones, provocando cortes contínuos de energia em todo o país.

O sistema energético da Ucrânia demonstrou um elevado grau de resiliência e flexibilidade, ajudando a aliviar os danos, mas tem havido preocupações de que a Rússia intensifique novamente os seus ataques às instalações elétricas à medida que o frio se aproxima.

Zelenskyy lembrou ainda que a cimeira de Granada abordará o “trabalho conjunto para a segurança alimentar global e a proteção da liberdade de navegação” no Mar Negro, onde os militares russos têm como alvo os portos ucranianos após a retirada de Moscovo de um acordo de cereais patrocinado pela ONU, concebido para garantir segurança às exportações de cereais dos portos do país invadido.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Isto e a destruição de um hospital em Kherson mostram a eficácia dos bombardeamentos de precisão ruzzos. Uns génios da estratégia militar.

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