Associação quer criar grupo de trabalho de autarcas de origem cabo-verdiana em Portugal

Manuel de Sousa / Wikimedia

'Águia', monumento à primeira travessia aérea do Atlântico Sul, na cidade de Mindelo, Cabo Verde (foto: Manuel de Sousa / wikimedia)

‘Águia’, monumento à primeira travessia aérea do Atlântico Sul, na cidade de Mindelo, Cabo Verde

A Associação Cabo-verdiana de Lisboa manifestou-se esta sexta-feira empenhada na criação de um grupo de trabalho com os eleitos nas autárquicas portuguesas de origem cabo-verdiana, para desenvolver iniciativas em prol da comunidade residente em Portugal.

O desejo foi transmitido pelo presidente da direção da Associação Cabo-verdiana de Lisboa, durante um jantar de homenagem aos 12 eleitos, de origem cabo-verdiana, nas eleições autárquicas de 29 de setembro, a nível nacional.

“Vamos criar um grupo de trabalho com todos, independentemente dos partidos políticos pelos quais foram eleitos. O objetivo é que todos dispam as cores partidárias e, em conjunto, consigamos desenvolver atividades e um trabalho em prol da comunidade cabo-verdiana que existe em Portugal”, explicou à agência Lusa Mário de Carvalho.

O responsável acrescentou que é intenção da Associação “criar as condições para que estes eleitos [para cargos em juntas, assembleias municipais e câmaras] possam servir a comunidade cabo-verdiana”, frisando que o jantar, com a presença de grande parte dos eleitos, “é um bom momento para começar a implementar esse objetivo”.

Hoje, assinalou-se também o Dia Nacional da Cultura e das Comunidades Cabo-Verdianas espalhadas pelo mundo.

Antes do jantar, foi inaugurado, na sede da Associação, uma exposição alusiva à candidatura da morna a Património Cultural Imaterial da Humanidade que, segundo Mário de Carvalho, se encontra ainda numa fase “embrionária”.

O presidente avançou que em novembro vai ser inaugurado, também na sede da Associação, um núcleo museológico e documental, que pretende ser “uma marca cultural da comunidade cabo-verdiana”.

Além disso, Mário de Carvalho tem como objetivo colocar a cultura e os produtos cabo-verdianos mo mercado.

“Queremos que a nossa cultura e os nossos produtos sejam vendáveis. Por exemplo, há uma linha de artesanato produzida em Cabo Verde que queremos trazer para vender em Portugal. Tudo isto só será possível com acordos e protocolos, nomeadamente a nível comercial”, sublinhou o presidente da direção.

Instado ainda a comentar a polémica que envolve os governos de Portugal e de Angola, o presidente da Associação Cabo-verdiana de Lisboa, considerou ser passageira.

“Os laços históricos, a língua, a cultura e tantas outras coisas que nos unem, são muito mais e superiores a este tipo de incidentes. Acredito que esta situação se vai ultrapassar e que tudo não passou de um percalço”, concluiu Mário de Carvalho.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.