As mulheres espartanas tinham dois maridos (e eram felizes)

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Warner Bros. Pictures

Esparta é famosa, sobretudo, pelos seus guerreiros, mas é também considerada como provavelmente a melhor sociedade da antiga Grécia para se ser mulher. Agora, um novo detalhe vem completar essa ideia.

Segundo o BigThink, as mulheres espartanas eram mais instruídas e tinham maior autonomia do que as de outras cidades-estado. Só por isso já seriam mais felizes.

Agora, Andrew G. Scott, estudioso clássico, escreve que uma outra forma de Esparta parecer ter sido única na Grécia antiga foi o facto de permitir que uma mulher fosse casada com dois homens ao mesmo tempo.

Scott diz que as fontes antigas mostram que isto existia, embora não seja claro se era um costume antigo ou se era praticado com frequência. Sugere que pode ter sido uma consequência natural da abordagem espartana ao casamento e à procriação.

“O objetivo do casamento em Esparta era a procriação de descendentes saudáveis”, escreve. “E, nesse sistema, o valor de um casamento era calculado em função da capacidade de produzir filhos“.

Os espartanos acreditavam que as crianças mais saudáveis provinham de homens e das mulheres mais saudáveis. As pessoas de ambos os sexos eram encorajadas a fazer exercício físico para melhorar o seu potencial como pais.

Os maridos e as mulheres também eram mantidos, na sua maioria, separados, com base na teoria de que a separação aumenta o desejo e o desejo leva a filhos mais saudáveis.

Um homem espartano casado continuava a viver com outros homens, enquanto os filhos eram pequenos, e os deveres paternais eram partilhados por todos os homens na sociedade, o que reflete as estruturas sociais altamente igualitárias de Esparta para os jovens cidadãos do sexo masculino, que deviam viver, estudar e comer juntos.

Scott escreve que o facto de se permanecer solteiro era desencorajado, pelo menos em parte devido à grande importância dada à necessidade de ter filhos que contribuíssem para o sucesso do Estado.

Segundo um relato, os homens solteiros podiam ser obrigados a marchar à volta da praça pública no inverno, vestindo uma túnica e cantando sobre si próprios.

Em contrapartida, os homens com três filhos estavam isentos do serviço militar e os que tinham, pelo menos, quatro, não tinham de pagar impostos.

Uma forma do casamento poligâmico funcionar envolvia uma mulher jovem casada com um homem mais velho. Como a mulher seria considerada mais saudável do que o marido, o casal poderia arranjar-lhe outro parceiro mais jovem.

Os filhos “superiores” concebidos dessa forma juntar-se-iam à família do marido mais velho.

Noutro tipo de acordo, um homem solteiro podia conceber filhos para a sua própria casa com uma mulher já casada. Esta opção pode ter sido oferecida a homens que preferiam continuar solteiros, mas que precisavam de cumprir a sua responsabilidade para com o Estado e gerar filhos.

Scott escreve que outro caso possível era o de irmãos que podiam partilhar uma esposa para limitar a fratura da sua herança. E uma mulher com dois maridos manteria o potencial de conceber um filho, mesmo quando um deles estivesse fora numa campanha militar.

Infelizmente, as informações sobre Esparta provêm maioritariamente de observadores externos, pelo que não há forma de saber o que as pessoas que participavam nestes casamentos pensavam realmente sobre os mesmos.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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3 Comments

  1. grande coisa, toda a mulher moderna tem 100/200 até aos 30 anos e quer ser mãe aos 45 de um príncipe com 1.80M.

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