Muita coisa mudou desde os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, mas há um aspeto que pode surpreender os adeptos deste evento desportivo: antigamente, os atletas costumavam competir nus.
Na Grécia Antiga, o corpo masculino nu era um símbolo importante, realidade que não era exceção na arena dos Jogos Olímpicos, um evento exclusivo para homens. O corpo atlético era o símbolo máximo da civilização e da dominação grega, como lembrou um artigo do Ancient Origins.
Nesse período, “ficar totalmente nu para praticar desporto era uma comunicação assertiva de masculinidade, etnia, estatuto, liberdade, privilégio e virtude física”, explicou o historiador Donald Kyle, no livro Sport and Spectacle in the Ancient World.
Para os gregos antigos, ser um atleta olímpico era o mesmo que ser um semideus e exibir o corpo em público era visto como uma forma de honrar os deuses. A palavra ginásio ou ginástica vem do grego ‘gymnos’, que se traduz em “nu” ou “ligeiramente vestido”. O ginásio era uma instituição importante, um lugar onde os homens podiam treinar e socializar, estando totalmente nus.
Embora os Jogos Olímpicos tenham sido celebrados pela primeira vez em 776 a.C., só em 720 a.C. é que os atletas começaram a competir nus.
Segundo relatos, o primeiro atleta despido foi Orsippus, que durante uma corrida terá deixado cair acidentalmente o pano que o cobria. Algumas versões afirmam que este descobriu que corria mais depressa se estivesses nu. Outros indicam que foi Acanto de Esparta o primeiro a competir sem roupa – era uma tradição espartana.
Quem quer que tenha sido o primeiro a competir nu nos Jogos Olímpicos, no final do século VIII a.C. era a norma estabelecida. Como o santuário rural de Olímpia era dedicado a Zeus, este costume estava de acordo com a tradição de prestar homenagem ao deus grego através de exibições de proezas físicas.
Como sublinhou o Ancient Origins, eram tempos diferentes e os dogmas em relação à nudez e à sexualidade ainda não se tinham firmado.