As alforrecas podem ser a sentença final da estabilidade do Ártico

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Uma eventual migração de alforrecas para o Polo Norte, devido ao impacto das alterações climática, poderá causar desequilíbrios na pesca e alterar a dinâmica de competição entre espécies, com impactos imprevisíveis no ecossistema.

À medida que as águas do Ártico aquecem e o gelo marinho derrete, seres marinhos como as alforrecas estarão a expandir-se em direção ao Pólo Norte, ameaçando perturbar os ecossistemas, num fenómeno, denominado “gelificação” do Ártico.

Tal cenário sentenciar a estabilidade dos ecossistemas. A conclusão é de um estudo publicado esta quarta-feira na Limnology and Oceanography.

A equipa de investigação analisou oito espécies de alforrecas e outros parentes gelatinosos, de várias dimensões, nomeadamente na forma como se deslocariam, na segunda metade deste século, em resposta ao aquecimento das águas, à fusão do gelo e a outras alterações no oceano, num cenário de emissões médias a elevadas.

A conclusão é que a maioria das espécies veria a sua área de distribuição expandir-se e deslocar-se-ia em direção ao Pólo Norte, principalmente devido à perda de gelo marinho.

Como nota a New Scientist, há indícios de que as medusas já começaram a expandir-se para norte – por vezes com efeitos indesejáveis.

Citado pela mesma revista, Charlotte Havermans, um dos autores do estudo, do Instituto Alfred Wegener (Alemanha), dá o exemplo dos fiordes do arquipélago norueguês de Svalbard, onde as medusas ultrapassaram o bacalhau, perturbando a pesca, “podendo tomar conta do local” e eliminar os peixes.

Além disso, o aumento do número de medusas nos últimos anos tem dado origem a discussões sobre uma “gelificação” mais alargada dos oceanos.

ZAP //

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