As abelhas são insetos alados que se alimentam de néctar e pólen e, por vezes, produzem mel. E são criaturas altamente inteligentes!
Existem cerca e 20.000 espécies de abelhas. Mais de 90% das abelhas são solitárias, mas as restantes, que incluem as abelhas melíferas e os abelhões, vivem socialmente. em colónias que integram uma única rainha, operárias e zangões machos.
A maior abelha — a abelha gigante de Wallace — atinge os 4 cm de comprimento, enquanto que as operárias de algumas abelhas sem ferrão são mais pequenas do que um grão de arroz. As abelhas encontram-se em todos os continentes, exceto na Antártida, e em todos os habitats que contêm plantas com flores polinizadas por insetos.
De referir que, segundo o Science Focus, o número de espécies de abelhas tem vindo a diminuir há décadas e, por exemplo, na Grã-Bretanha, os insetos desapareceram de um quarto dos locais onde costumavam ser encontrados há 40 anos.
As abelhas, por serem criaturas altamente inteligentes, conseguem cantar, resolver puzzles e até utilizar ferramentas simples.
Numa experiência, as abelhas foram treinadas para passar por três pontos de referência idênticos e igualmente espaçados para alcançar uma recompensa açucarada colocada a 300 metros de distância.
Quando o número de pontos de referência foi posteriormente reduzido, as abelhas voaram muito mais longe, e quando o número de pontos de referência foi aumentando, as abelhas aterraram a uma distância mais curta.
Isto sugere que as abelhas estavam a contar os pontos de referência para as ajudar a decidir onde aterrar.
Num outro estudo, os cientistas criaram uma caixa de puzzle que podia ser aberta rodando uma tampa para aceder a uma solução de açúcar. Quando uma patilha vermelha era pressionada, a tampa rodava no sentido dos ponteiros do relógio. Quando se empurrava uma patilha azul, a tampa rodava no sentido inverso.
As abelhas não só podiam ser treinadas para resolver o puzzle, como também podiam aprender a resolver o problema elas próprias, observando outras abelhas a completá-lo.
Quanto à utilização de ferramentas, sabe-se que as abelhas asiáticas recolhem e espalham fezes frescas de animais à volta da entrada do seu ninho, para dissuadir as vespas gigantes predadoras. O cheiro pode ser um pouco estranho, mas não deixa de ser considerado uma ferramenta.
Os cientistas já tinham demonstrado que as abelhas podem aprender a usar ferramentas em laboratório, mas a descoberta das fezes (2020) foi a primeira observação do uso de ferramentas pelas abelhas na natureza.
Poderíamos viver sem abelhas?
Provavelmente, sim. Mas o desaparecimento das abelhas constituiria uma séria ameaça à segurança alimentar e à nutrição a nível mundial.
Um em cada três bocados de comida que comemos depende de insetos polinizadores, como as abelhas. Quer se trate de alimentos básicos, como as batatas e as cebolas; de frutos, como as maçãs e as melancias; ou de condimentos, como o manjericão e os coentros, as abelhas ajudam a fertilizar as plantas quando transferem o pólen entre elas.
As plantas do café e do cacau, por exemplo, dependem das abelhas para a polinização, tal como cerca de 80% das flores silvestres europeias.
As abelhas são também uma fonte de alimento para muitas aves, mamíferos e insetos. Se as perdêssemos, perderíamos o papel que elas desempenham nos seus ecossistemas, com repercussões para muitos outros animais e plantas.
A má notícia é que as abelhas estão em declínio a nível mundial. A perda de habitat, os métodos de agricultura intensiva, a poluição, a utilização de pesticidas, as doenças e as alterações climáticas são os fatores responsáveis.
Um estudo recente concluiu que a perda global de polinizadores já está a causar cerca de 500.000 mortes prematuras por ano nos seres humanos, ao reduzir a oferta de alimentos saudáveis.