Deputado eleito pelo Chega aproveitava-se dos serviços dos CTT situados no Parlamento para ter acesso a descontos nos selos e envelopes de envio da roupa das malas que roubaria, e que venderia na plataforma Vinted.
O deputado eleito pelo Chega Miguel Arruda usava as instalações da Assembleia da República não só para guardar as malas que alegadamente roubava nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, mas também para proceder à sua venda online.
O parlamentar aproveitava-se dos serviços dos CTT situados no Parlamento, segundo o Correio da Manhã, para ter acesso, como deputado, a descontos nos selos e envelopes de envio da roupa que venderia na plataforma Vinted.
Buscas ao seu gabinete no parlamento permitiram às autoridades encontrar “quatro a cinco malas”, perfumes e powerbanks. Contactado pela RTP na sequência das buscas, Miguel Arruda mostrou-se surpreendido, mas não quis responder a qualquer pergunta. No total, já foram apreendidas 17 malas associadas ao caso.
Arruda, atualmente de baixa psiquiátrica, encontra-se sob investigação judicial, tendo sido solicitado o levantamento da sua imunidade parlamentar, o que permite chamar o suspeito a tribunal para prestar declarações perante um juiz, que poderá determinar medidas de coação. No entanto, a lei portuguesa não permite a suspensão de um cargo eletivo sem uma decisão judicial transitada em julgado. Assim, mesmo que Arruda venha a enfrentar um julgamento, continuará a exercer o mandato até à conclusão do processo.
Durante uma entrevista ao Correio da Manhã, Arruda apareceu vestido de forma desleixada, com peças de roupa do avesso e sujas, e admitiu estar sob medicação, mas o discurso ‘arrastado’ ser da sua origem açoriana, admitiu o próprio.
O deputado já tinha admitido estar medicado a semana passada, numa chamada telefónica insólita protagonizada pela página de comédia “Jovem Conservador de Direita”, que conseguiu falar com o deputado eleito pelo partido de André Ventura.
Na chamada, em que admite ter um “dialeto f*dido” por ser açoriano, Miguel Arruda confessa também: “eu pertenço ao Mário”, referindo-se, como se verificou na continuação do telefonema, ao ultranacionalista, neonazi e líder do Grupo 1143, Mário Machado.
“eu pertenço ao Mário” pic.twitter.com/5l6LkIhX8G
— Jovem Conservador de Direita (@JCdeDireita) January 30, 2025
“Foi uma paródia”, disse Miguel Arruda ao Expresso. Miguel Arruda é um apoiante público de Mário Machado, condenado recentemente por incentivar à violência, ao ódio e à prostituição forçada contra mulheres de esquerda.
É este tipo de gente que temos no parlamento português. Tristeza. Como ´é possível?
Este tipo só de o ouvir falar apercebemo-nos que não é normal.
Um verdadeiro DEALER….
Sim senhor, os deputados é só mordomias, até no balcão CTT ao seu serviço têm descontos. Ser deputado é outro nível, muitas regalias. Este então a ser verdade, sabia bem o que fazia se estava a usufruir dos descontos para o envio da roupa. “eu pertenço ao Mário” risada