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Todos os arguidos no caso dos Comandos vão a julgamento

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António Cotrim / Lusa

Em causa está a morte de dois recrutas, durante o 127.º curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, distrito de Setúbal, em setembro de 2016.

O Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu, esta segunda-feira, levar a julgamento os 19 militares acusados no processo do 127.º curso de Comandos, no qual morreram dois recrutas, acusados da prática de 489 crimes.

“Nesta fase processual, os indícios muito fortes para não pronunciar os arguidos (não levar a julgamento). Por isso pronuncio-os”, disse a juíza de instrução criminal Isabel Sesifredo, durante a leitura de instrução criminal.

Segundo o Diário de Notícias, dos 19 acusados de abuso de autoridade e de ofensa à integridade física constam oito oficiais do Exército, oito sargentos e três praças.

Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data dos factos ambos com 20 anos, morreram enquanto vários outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados, na sequência de uma prova do 127.º Curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de setembro de 2016.

De acordo com o Expresso, a decisão instrutória aconteceu esta manhã, numa sala de audiência apinhada, e que contou com a presença dos pais de Hugo Abreu e o pai de Dylan Silva. Só faltaram dois dos 19 militares arguidos no processo.

No tribunal, avança o Observador, a mãe de Hugo Abreu apareceu vestida com a farda do filho e, minutos antes de os militares entrarem para a sala de audiência, gritou: “Olhem nos olhos da mãe do Hugo Abreu!”.

Queria que eles olhassem para a minha cara. Eu não vou baixar a cabeça, não fui eu que fiz mal”, disse Ângela Abreu aos jornalistas.

Ricardo Sá Fernandes, advogado da família do primeiro militar falecido, afirmou que foi uma decisão justa e lembrou que “este processo não é contra os Comandos nem contra o Exército”, cita o semanário.

O advogado elogiou o Ministério Público por “um trabalho notável e minucioso que convenceu o tribunal de instrução criminal de que este caso deve ser resolvido em julgamento”, cita o Público.

Nas alegações finais desta fase instrutória, a procuradora do Ministério Público, Cândida Vilar, manteve o despacho de acusação por si proferido, razão pela qual pediu à juíza que leve todos aos militares a julgamento, escreve o DN.

“Trata-se de crimes cometidos por militares contra militares durante uma prova do curso de Comandos. Os arguidos abusaram dos deveres funcionais e da disciplina militar. Provocaram graves lesões físicas e neurológicas nos ofendidos e, em duas situações, a morte de dois subordinados”, sustentou a procuradora em fevereiro passado.

ZAP // Lusa

10 Comments

  1. ““Queria que eles olhassem para a minha cara. Eu não vou baixar a cabeça, não fui eu que fiz mal”, disse Ângela Abreu aos jornalistas.” Não. Não foi ela… Nem os acusados! Foi o filho que escolheu ir para os coamndos (que só é o ramo mais duro das Forças Armadas)!

    • O quê?!
      Primeiro, os Comandos não são nenhum “ramo” e depois, antes de comentar, devia apanhar ar fresco para tentar diminuir a probabilidade de escrever disparates!…

      • Mas ouça lá: Que disparates foram esses (para além do erro do ramo, que deveria ser… “secção”?)? Não… Explique-me! Para que não diga mais disparates (na sua opinião, claro!)!

        Nota: Sabia que, agora, o serviço militar não é obrigatório, sabia?

      • Se ainda não percebeu os disparates que escreveu, não sei se vale a pena perder mais tempo!…
        O curso é duro, mas não é até à morte (como é óbvio)!!
        Se alguém, que não tem nenhum problema de saúde aparente, morre durante o curso, obviamente que a culpa só pode ser dos instrutores que tem que, ACIMA DE TUDO, preservar a vida dos instruendos.
        Consegue perceber isso?
        Depois, os Comandos são uma força (e não um ramo ou secção) e o serviço nos Comandos NUNCA foi obrigatório!

      • Pronto, pronto… Uma força… Concordo que o curso não deve ser até à morte, mas… Deve ser muito duro e, por vezes; mesmo com exames médicos eficazes, (o que nem sempre acontece) é bem possível que haja mortes (que são bem raras apesar daquilo que se quer dar a entender). Mas… também é verdade que, quem vai para comando é porque quer “guerra” e na guerra ou matas ou… morres!
        Mas… Infelizmente, quem não percebeu os “meus disparates” foi o Eu! Pena… 90% estamos de acordo. Mas… Se fossemos todos iguais (com ideias iguais) isto seria uma grande seca.
        De qualquer forma mantenho o que disse. Conhece a expressão “quem anda á chuva molha-se”? Pois… Quem vai para os comandos arrisca-se. Não entende? Paciência.
        Nota: Antes que fique a ideia que sou defensor das existência das Forças Armadas em Portugal, desengane-se! Provavelmente dirá que é mais um disparate meu mas disparate é ter uma Força que, em caso de guerra, (e é para isso que temos as Forças Armadas…) seria imediatamente aniquilada. Mas o pior é afectar dinheiro público para a manutenção de algo tão inútil como as Forças Armadas. Para que servem? Para apagar fogos? Para isso forme-se mais sapadores! Para manter a paz? Onde? Onde manteremos a paz que outro país (com meios e “necessidade” de Forças Armadas) não o possa fazer mais e melhor? Tenho dito!

      • Não, não estamos nada “de acordo”!…
        “…seria imediatamente aniquilada”!
        Enfim… primeiro diz que culpa do morte é do instruendo (só porque foi para os Comandos!); agora é um expert em assuntos militares!…
        Se nem sequer percebe para que servem as forças armadas, não NADA sobre este assunto, portanto devia evitar mandar bitaites como se estive na tasca!…

      • Bem… Então o Eu! percebe, não é? Então explique-me (como se fosse uma criança de 6 anos) para que raio é que serve as Forças Armadas Portuguesas? Não me parece que saiba. Sabe insultar mas não apresenta motivos válidos! O Eu! não costuma agir assim… Parece que está “na tasca”.

        Nota: Quando me refiro a “90% estamos de acordo” não me refiro a esta “situação” mas a vários comentários de várias notícias. Não percebo porque está a ser tão desagradável. Nunca lhe caí em cima quando defende “valores” absurdos (e não vou referí-los porque estaria a contrariar aquilo que acabei de escrever). Agradecia que tivesse algum respeito (embora não concordo com as minhas opiniões) assim como tenho de si… Muito embora o Sr Eu! defende algumas coisas que são profundamente inaceitáveis em pleno século XXI (e, mais uma vez, não me refiro sequer a este assunto específico, embora esteja em profundo desacordo consigo).

      • “serviço nos Comandos NUNCA foi obrigatório!” Bem… E depois sou eu que digo disparates?… Eu NUNCA disse isso!

      • “serviço nos Comandos NUNCA foi obrigatório!”. Bem… Esta afirmação (correctíssima!) só prova o meu ponto de vista/opinião “disparatado”. Só para lá vai quem quer!

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