22-21: aprovado programa do Governo na Madeira. Duas “broncas” no Chega

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Homem de Gouveia / LUSA

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira

Diferença de um voto foi suficiente para Miguel Albuquerque conseguir o que queria. Magna Costa desviou-se do seu partido.

O parlamento madeirense aprovou nesta quinta-feira o Programa do XV Governo Regional.

A diferença foi mínima: o documento teve 22 votos favoráveis (PSD, CDS-PP e PAN), 21 votos contra (PS, JPP e uma deputada do Chega) e 4 abstenções (Chega e IL).

A viabilização do documento apresentado pelo executivo social-democrata saído das eleições regionais de 26 de maio chegou a estar em risco, uma vez que o Chega indicou inicialmente o voto contra o documento, tal como o PS e o JPP. Juntos, os três partidos teriam 24 deputados, o que constitui uma maioria absoluta.

Esta é a primeira legislatura na história da democracia madeirense em que o PSD não tem maioria absoluta sozinho ou com outras forças. O partido, com 19 eleitos, tem um acordo parlamentar com o CDS que lhe permite o apoio de mais dois deputados.

Divergência no Chega

O Chega foi essencial neste processo: tinha garantido que iria votar contra o programa, se Miguel Albuquerque continuasse a liderar o Governo (e continua). Mas afinal absteve-se e permitiu a aprovação.

“A palavra do Chega não vale nada”, começa por analisar Ana Sá Lopes no Público.

“Não sei se o eleitorado de André Ventura está muito preocupado com as contradições na classe política, com as mentiras na classe política. Se estivesse preocupado com as mentiras que André Ventura tanto fala, ele é o primeiro a mentir, o primeiro grande mentiroso“, analisa a comentadora política.

Este volte-face faz com o que o Chega perca 75% do seu eleitorado, lê-se numa carta pública enviada a Magna Costa, publicada no Correio da Madeira.

O outro destaque do dia, ainda dentro do Chega, foi precisamente a deputada Magna Costa – que votou contra o programa do Governo. Foi a única no partido a votar contra, mesmo depois de o líder regional do Chega, Miguel Castro, ter anunciado que não havia liberdade de voto.

“Essa foi a intenção de voto de Magna Costa, não do Chega. A deputada anda completamente desalinhada“, reagiu Miguel Castro.

A própria deputada justificou o seu voto: tinha indicação para votar contra o documento.

“Segui o nosso compromisso, para honrar a palavra. As pessoas andaram em reuniões, não sei o que prometeram. A indicação era voto contra e de repente as coisas mudaram. Eu fiz o papel da pessoa que tinha de cumprir a palavra com o voto contra”, declarou Magna Costa.

“Ou é ou não é. Connosco não passará. A informação que obtive era o voto contra. Os outros deputados poderão explicar porque se abstiveram“, continuou a deputada, citada no JM Madeira.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. O Chega cada vez vale menos, é uma desilusão. Não parece um partido, parece uma caixa de correio.
    Com tão fraca prestação dos seus deputados nas próximas eleições desaparece, o Zé não perdoa!

  2. O problema de muitos Atores Pulhiticos , não é de “não valerem nada” , não estão no tacho para resolverem os problemas dos Portugueses , mas sim para se GOVERNAREM , quem ainda não deu conta desta realidade , é porque ainda acredita nestes aldrabões !

  3. A Madeira é uma ilha fantástica!
    O artista do Albuquerque está morto… mas ele continua a caminhar! Esta situação é no mínimo fantástica…
    Os cheganos, que apregovam aos sete ventos o combate à corrupção, pelo menos é essa a mensagem do Dr André – o tal com pinta de cigano – na primeira oportunidade, acabam por negociar uma abstenção com os artistas locais do PSD! Ah! ah! ah!
    Isto promete, pois quando chegarem ao poder – se isso acontecer! – certamente saberão mercantilizar esse poder e transformá-lo em euros! Ou estavam à espera de quê?
    Por agora, levantam a voz contra os corruptos.
    Quando lá chegarem, mudam rapidinho e passam a orientar-se da melhor forma que puderem. Ou vocês têm dúvidas!?

    Natureza humana, meus senhores. Natureza humana!
    E manias políticas…

    Por isso, não tenho qualquer desilusão relativamente ao desempenho do chega.

    Como se diz na Madeira: uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto! Perceberam?

    Quais foram as contrapartidas pela abstenção dos cheganos!? Mistério, meus senhores. Mistério!

  4. Concordo com o Napoleão, mas esse provérbio é que citou é geral, tanto para a madeira como para o continente. Mas estou realmente em acordo com o seu comentário.

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