Patrão vai receber quase 1.500 vezes mais do que a média na Apple. Faltam critérios de desempenho, alegam investidores.
A Apple chegou aos 3 biliões de dólares logo no início de 2022 e reforçou o seu estatuto de empresa mais valiosa do planeta. Mas, onde há muito dinheiro, pode haver muita contestação.
O seu chefe-executivo, Tim Cook, deverá receber cerca de 87 milhões de euros. Uma “recompensa pelo sucesso” da empresa, só em 2021. O salário anual ronda os 2.6 milhões de euros; o resto (ou a grande maioria) do pagamento seriam prémios em acções.
Há uma grande diferença em relação ao valor pago a Tim Cook em 2020, ano em que o CEO da Apple recebeu 13 milhões de euros.
O valor agora previsto para Cook, que já tem uma fortuna pessoal de 2 mil milhões de euros, é o alvo do protesto do Institutional Shareholder Services, grupo consultivo de investidores.
Num relatório publicado nesta quarta-feira, divulgado pela CNN, os investidores alegam que “há preocupações significativas em relação ao design e à magnitude” do valor entregue ao patrão da Apple.
Por isso, o grupo recomenda aos investidores da Apple que votem contra esta proposta no dia 4 de Março, dia de reuniões entre accionistas.
O Institutional Shareholder Services indica que metade do prémio previsto para Tim Cook “carece de critérios de desempenho”.
Ao longo de 2021, Tim Cook recebeu 1.447 vezes mais do que a média dos funcionários da Apple. Em média, um funcionário da Apple recebe 5 mil euros por mês; são 60 mil euros por ano.
No entanto, mesmo que na reunião de Março os investidores votem contra, o executivo da Apple não tem de alterar os seus planos por causa desse desfecho. A votação é equivalente a uma decisão de uma espécie de conselho consultivo.
87 milhões só para uma pessoa, em apenas num ano, faz todo sentido… por isso é que os EUA são o país civilizado com maior desigualdade social.