Só 23% dos apoios covid para as maiores empresas do turismo foram aprovados (sobram 220 milhões)

Estela Silva / Lusa

Um casal de turistas observa a montra da Porto Gift, uma das muitas lojas de lembranças que surgiram no Porto com o aumento de visitantes

Menos de um quarto das verbas disponíveis para as médias e grandes empresas do turismo, no âmbito dos apoios por causa da pandemia de covid-19, foram, até agora, aprovadas. Assim, continuam por usar cerca de 220 milhões de euros.

Estes números são avançados pelo Banco Português de Fomento (BPF) em nota enviada ao Público.

A linha de crédito para as médias e grandes empresas do turismo foi lançada no final do passado mês de Abril e, até agora, foram “executados 71 milhões de euros”, ou seja, “menos de um quarto do total disponível”, segundo a mesma fonte.

Trata-se de uma taxa de execução de 23,7%, envolvendo 211 operações aprovadas que contribuíram para “a criação ou manutenção de 18 mil postos de trabalho”, segundo o BPF, conforme cita o Público.

A região norte é a que tem mais projectos aprovados, com 43% do financiamento, seguindo a região de Lisboa com 37,4%.

Estes 71 milhões de euros são um valor “ligeiramente superior ao registado em meados de Junho, período em que estavam contabilizados 60 milhões em empréstimos, ligados a 173 operações”, como nota o Público.

Esta linha de crédito tem um “bolo” total de 300 milhões de euros e deve estar em funcionamento até ao final de 2021. As empresas podem concorrer a um apoio de 4000 euros por cada posto de trabalho, com a limitação de 25% do volume de negócios, em 2019, ou o dobro da massa salarial anual.

O turismo foi um dos sectores mais afectados pela pandemia de covid-19. E, apesar de já se notar algum alento, está ainda longe dos valores pré-pandemia que ajudaram Portugal a sair da crise da Troika.

Em Agosto, o Governo anunciou um novo reforço da linha de crédito para as micro e pequenas empresas do turismo que está em vigor desde Março de 2020. No total, já foram atribuídos a esta linha 150 milhões de euros.

Mas em Setembro, com o fim das moratórias, antecipam-se mais dificuldades para as empresas que podem vir a precisar de novos apoios públicos.

ZAP //

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