O CDS-PP está dividido em relação ao apoio a José Manuel Silva à câmara de Coimbra. A distrital é a favor, mas a concelhia quer apresentar um candidato próprio.
O apoio a José Manuel Silva à câmara de Coimbra nas próximas eleições autárquicas está a dividir opiniões no CDS. A distrital é a favor, mas a concelhia é contra e quer apresentar um candidato próprio. O ex-bastonário da Ordem dos Médicos já foi anunciado como candidato pelo PSD.
Inicialmente, tudo parecia estar a correr de feição. Concelhia e distrital enviaram um comunicado conjunto no dia em que os sociais-democratas lançaram o nome de José Manuel Silva. Mas neste domingo, a comissão política concelhia do CDS reuniu-se e decidiu que iria avançar um candidato próprio, adianta o jornal Público.
Na quinta-feira, José Manuel Silva, PSD e CDS encontraram-se em casa do médico para firmar um documento de entendimento. No entanto, o então presidente da concelhia do CDS, Américo Petim, não estava mandatado para assinar o acordo.
O coordenador autárquico da concelhia de Coimbra do CDS, Nuno Vicente, garantiu até que a decisão da concelhia, tomada dois dias antes, era não assinar. Insatisfeitos com a distribuição de lugares para a vereação da câmara e assembleia municipal, os centristas mostravam-se, todavia, dispostos a negociar.
Depois de saber que Américo Petim assinou o acordo sem o aval da concelhia, a própria comissão política, reunida de emergência, retirou-lhe a confiança, sublinha o Público. Lúcia Santos, primeira vice-presidente, substituiu Petim no cargo.
Jorge Almeida, presidente da distrital de Coimbra do CDS-PP, diz-se “perplexo” com a tomada de posição da concelhia e, esta segunda-feira, manifestou-se publicamente a favor de José Manuel Silva.
“Há algumas convulsões internas na concelhia que não me compete comentar, mas registo com a devida apreensão”, salienta Jorge Almeida, argumentando que o CDS “pode dar um contributo fulcral para ajudar a ganhar, mas sozinho perderá”.