Equipa desenvolveu aplicação para auxiliar pessoas que tenham estreitamento e endurecimento de artérias. Essencial é caminhar.
A doença arterial periférica ocorre quando há estreitamento e endurecimento das artérias que transportam o sangue para os membros inferiores do corpo, como as pernas e os pés.
Com vasos sanguíneos demasiados estreitos, o fluxo sanguíneo pode ser prejudicado, levando a uma série de complicações.
A aterosclerose é a causa mais comum da doença arterial periférica –
e uma doença inflamatória que provoca deposição de gordura e cálcio na parede das artérias.
Para ajudar pacientes com doença arterial periférica, surge agora a WalkingPad, uma aplicação para telemóvel, desenvolvida por uma equipa portuguesa, do Hospital de Santo António, no Porto.
A nova solução tecnológica permite importar prescrições e monitorizar caminhadas dos pacientes. Os percursos são definidos através de receita médica.
A prescrição médica contempla ainda o número expectável de caminhadas semanais, bem como um limite mínimo de tempo de caminhada.
A tecnologia integra um programa de exercício físico que pode ser realizado em domicílio baseado em percursos estruturados que ocorrem no ambiente pessoal do doente, e não num ambiente clínico.
É um “programa participativo de exercício físico, realizado num ambiente familiar. É por isso mais atractivo, personalizado, eficaz e de muito baixo custo e risco quando comparado com um programa de reabilitação realizado no hospital”, explica Ivone Silva, cirurgiã vascular do Hospital de Santo António.
O tipo de exercício (como caminhadas), a intensidade, a frequência e a distância são os factores essenciais.
“A sua fácil monitorização, o necessário feedback e a intervenção motivacional para a mudança comportamental fazem desta ferramenta um verdadeiro recurso de literacia em saúde”, analisou Cristina Vaz de Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde.
Ivone Silva, acredita que o paciente fica beneficiado: comodidade, adopção de hábitos mais saudáveis e redução da despesa com os custos associados à deslocação para a instituição hospitalar.
A equipa quer evoluir a aplicação para um dispositivo médico capaz de analisar padrões de caminhadas recorrendo a algoritmos de inteligência artificial.