Apesar da troika, Portugal manteve soberania, diz presidente do Tribunal de Contas

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O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins

O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins

O presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d’Oliveira Martins, rejeitou hoje a ideia de que Portugal tenha perdido a sua soberania devido à presença da ‘troika’, considerando tratar-se de um valor insubstituível, apesar da adversidade.

“A soberania portuguesa é um valor absolutamente insubstituível e é um valor que persiste. Nós, povo português, reagimos sempre melhor perante a adversidade do que perante o sucesso e é fundamental encontrarmos uma situação de equilíbrio”, disse o presidente do Tribunal de Contas.

Guilherme d’Oliveira Martins, que falava aos jornalistas à margem de um jantar/debate no Grémio Literário, em Lisboa, considerou que, apesar da presença da ‘troika’, composta pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia, Portugal não perdeu a sua soberania e advogou que o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) será cumprido “nas melhores condições”.

“Vamos preparar tudo para terminarmos este programa nas melhores condições. Não perdemos a nossa soberania e não a perderemos”, acentuou o presidente do Tribunal de Contas.

Oliveira Martins lembrou que “um país antigo como Portugal lida com a soberania desde a sua história”, à semelhança dos restantes parceiros europeus.

“A ideia de soberania é uma ideia atual e não podemos esquecer que na Europa a União Europeia é um conjunto de países livres e soberanos”, rematou.

Igualmente presente neste jantar/debate subordinado ao tema Portugal: que Estado, que Sociedade, que Soberania?”, organizado pelo Clube Português de Imprensa, pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Grémio Literário, esteve o ensaísta e filósofo português Eduardo Lourenço, para quem Portugal vive uma situação “singular” e “humilhante”.

“Estamos numa situação singular. É raro na história encontrarmo-nos numa situação tão humilhante. E isto não é para culpar ninguém, todo o país está comprometido. Os que têm atualmente o poder, os que estão no Governo, quiseram o poder e são alvo das acusações por parte da população”, afirmou Eduardo Lourenço.

No entanto, e apesar da atual crise financeira que o país atravessa, o também professor considerou que “os portugueses têm sabido defender bem a sua soberania”, sendo disso prova as manifestações espontâneas de que o país tem sido palco.

“Os cidadãos de um país são os depositários da soberania, esta depende de cada um de nós e não passa por uma classe política privilegiada”, disse Eduardo Lourenço.

/Lusa

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