A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está a preparar com a ASAE maneiras de ajudar os empresários no cumprimento das regras de segurança alimentar. Na dúvida, os alimentos devem ser deitados fora.
A par do impacto que a falha energética teve na operação normal dos restaurantes – em que apenas os que tinham meios alternativos como fogões a lenha, grelhadores ou fogões a gás conseguiram operar – a AHRESP aponta a questão do funcionamento dos equipamentos de refrigeração.
A AHRESP adiantou que está já a preparar, em articulação com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), um conjunto de “orientações claras para apoiar os empresários na gestão desta situação e assegurar o cumprimento rigoroso das boas práticas de segurança alimentar”.
À Antena 1, a secretária-geral da associação, Ana Jacinto, refere que não há grandes motivos para alarme. No entanto, os restaurantes devem avaliar bem o estado da comida afetada; e, na dúvida, deitar ao lixo.
“Se for um frigorífico normal, se tiver estado sempre fechado, normalmente conserva a temperatura por cerca de 4 horas. Como a falha de energia foi superior, tem de ser feita uma avaliação se a temperatura interna ultrapassou ou não os 4ºC por mais de duas horas; ou, caso haja suspeitas de alteração dos produtos, como mau cheiro ou alteração na cor, isto deve ser avaliado, para perceber se os produtos estão em bom estado”.
“Estamos a falar essencialmente de alimentos como a carne, peixe, laticínios…”, acrescentou.
No caso dos equipamentos de congelamento, “se estiverem cheios e fechados, a temperatura pode ser mantida até 48 horas (…) mas, na dúvida, os produtos devem ser considerados inutilizados e não devem ser usados” – alertou a especialista.
Numa declaração escrita enviada à Lusa, Ana Jacinto reitera a disponibilidade da associação para colaborar com o Governo e autoridades e manifesta intenção de acompanhar de perto as medidas adotadas, de forma a garantir que os setores da restauração e do alojamento turístico conseguem minimizar eventuais prejuízos.
“A AHRESP continuará a monitorizar atentamente o evoluir da situação, em articulação permanente com os empresários e as autoridades competentes”, refere Ana Jacinto, assinalando que a falha no abastecimento de eletricidade casou a paralisação total ou parcial de alguns restaurantes.
Alguns restaurantes contactados pela Lusa indicam que o maior impacto do apagão resultou na quebra de faturação e não na parte da conservação dos alimentos.
ZAP // Lusa
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