Apagão: só 1% das empresas escapou a prejuízos. Querem compensação e apontam 4 culpados

António Pedro Santos / LUSA

Apartamento em Lisboa no dia do apagão

Falha de energia terá custado 2.000 milhões de euros às empresas portuguesas. Governos ibéricos e redes de energia criticados.

O apagão elétrico de 28 de abril poderá ter custado 2.000 milhões de euros às empresas nacionais, com 99% das sociedades a dizerem ter sido afetadas.

Essa é uma das conclusões de um inquérito da Associação Industrial Portuguesa (AIP).

Num comunicado, a AIP disse que 71% das empresas “reportaram falhas em compromissos com clientes, como entregas e serviços”, sendo que os resultados evidenciam “fragilidades no plano energético”, mostrando que 57% das empresas não têm sistemas de energia de emergência, como geradores ou baterias de ‘backup’.

José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, acrescentou que 95% das empresas que responderam ao inquérito foram afetadas pelo apagão, confirmando que quase todas (99%) tiveram prejuízos financeiros. A maioria foi afetada na produção durante 4 a 8 horas, naquela segunda-feira.

“A indústria transformadora sofreu imenso, teve uma paragem total das suas linhas de produção e equipamento. Consequências: avarias, produção desperdiçada, falhas com compromissos com clientes…”, relatou, na Antena 1.

O presidente da AIP também comentou que as empresas precisam de melhorar o plano energético – sistemas de redundância energética, geradores e baterias de reserva.

Segundo os resultados do inquérito, a maioria das empresas (67%) considera que deve ser compensada, com as formas de indemnização mais defendidas a serem “a compensação direta (43%) e a redução de tarifas ou impostos sobre energia (32%)”.

O inquérito revela ainda “um forte consenso quanto à responsabilização, com 93% das empresas a defenderem que os Governos de Portugal e de Espanha devem apurar responsabilidades e assumir compensações”.

Também a REE – Rede Elétrica de Espanha e a REN – Redes Energéticas Nacionais são consideradas pelas empresas “as principais responsáveis pelos prejuízos causados pelo apagão”.

O inquérito mostrou ainda que “49% das empresas ponderam apresentar queixa formal, enquanto 42% não tencionam fazê-lo”.

O inquérito aos impactos do apagão que afetou a Península Ibérica em 28 de abril auscultou 1.710 sociedades comerciais, entre 2 e 6 maio de 2025 em todo o território nacional.

ZAP // Lusa

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