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António Filipe toca na ferida e PCP critica Bloco por ter votado contra o OE

Tiago Petinga / Lusa

O deputado do PCP António Filipe

António Filipe fez questão assinalar a Convenção do Bloco de Esquerda nas redes sociais, com críticas ao partido de Catarina Martins. A direção do PCP já veio dizer que se revê no texto do deputado.

Nas redes sociais, o deputado comunista António Filipe escreveu um texto no qual abordava as “intervenções de dirigentes, antigos dirigentes e deputados do BE, a justificar o facto de terem votado contra o OE para 2021, com críticas duras ao dito Orçamento do Estado”.

O último OE foi chumbado pelo partido de Catarina Martins e o comunista não deixou passar o “pormenor” em branco. “Por irónico que possa parecer”, se os bloquistas podem fazer este discurso crítico “devem-no à atitude responsável do PCP“, referiu António Filipe, numa publicação o Facebook.

“É que, se o PCP tivesse feito o mesmo, não tivesse apresentado propostas e tivesse juntado os seus votos à direita e ao BE, não sei qual seria hoje o discurso do BE, com o país a viver com os duodécimos de 2020, com 300.000 trabalhadores em lay-off com menos 1/3 do salário, com o SNS mais à míngua, com os reformados sem aumentos, e sabe-se lá com que Governo”, acrescentou, citado pelo Expresso.

Esta segunda-feira, em resposta ao Público, a direção do PCP afirma que subscreve as críticas do deputado ao Bloco de Esquerda por ter votado contra o Orçamento do Estado de 2021.

“Sem prejuízo de dinâmicas distintas do que são posições políticas formais e um post“, “o que importa reter é o sentido e a apreciação geral que determinaram a decisão do PCP sobre o Orçamento do Estado e não as caricaturas que, seja o BE ou outros, delas querem fazer para justificar as suas posições”, adiantou o gabinete de imprensa do partido.

Em resposta à Lusa, o PCP também rejeitou os desafios saídos da Convenção para um melhor trabalho conjunto entre Bloco de Esquerda e PCP, nomeadamente do eurodeputado José Gusmão, que disse que “PCP e BE devem falar melhor entre si para falarem mais alto com o Governo” e conseguirem “com a força que têm” uma “política justa” no Orçamento.

À proposta, o PCP respondeu que “não é uma ou outra afirmação que ilude as muitas outras que transversalmente percorreram a convenção e que desmentem essa intenção”.

Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, também não gostou das críticas feitas ao Governo e recorreu às redes sociais para responder ao partido de Catarina Martins.

Liliana Malainho, ZAP //

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