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Partidos questionam o timing da maior remodelação em 17 anos

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Manuel Araújo / Lusa

António Costa anunciou neste domingo uma remodelação governamental, com alterações nas pastas da Defesa, Economia, Saúde e Cultura. De acordo com o primeiro ministro, que agradeceu o trabalho dos ministros que agora cessam funções, estas mudanças visam assegurar uma “dinâmica renovada”.

Para o líder do Governo, estas alterações pretendem assegurar uma “dinâmica renovada”, com “reforço da política económica” e prioridade concedida à “transição energética na mitigação das alterações climáticas”.

Numa nota enviada à agência Lusa, António Costa explica assim a remodelação que levou a cabo em quatro ministérios do Governo, deixando um agradecimentos aos ministro que agora cessam funções.

Costa elogia o trabalho dos ministros cessantes da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Idêntico agradecimento pelo primeiro-ministro já tinha sido feito ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na passada sexta-feira.

“Quero agradecer muito reconhecido a Luís Felipe Castro Mendes, Adalberto Campos Fernandes e Manuel Caldeira Cabral o espírito de missão e compromisso de serviço público com que exerceram as funções ministeriais que amanhã [segunda-feira] cessarão”.

“Agradeço a João Gomes Cravinho e a Marta Temido a disponibilidade cívica para servirem o país como membros do Governo”, respetivamente como ministros da Defesa e da Saúde, pode ler-se na nota enviada.

Na mesma mensagem, Costa considera que a aprovação no sábado, em Conselho de Ministros, das propostas de Lei das Grandes Opções do Plano e do Orçamento do Estado para 2019 “asseguram a continuidade com dinâmica renovada da execução do Programa do Governo”.

É Costa “quem precisa de ser remodelado”

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, foi uma das primeiras figuras políticas a criticar as remodelações “sem rasgo” do primeiro-ministro. Desvalorizando as alterações, Cristas considera que as mudanças foram feitas “por arrasto” devido ao caso de Tancos, que acabou por fragilizar o Governo e António Costa.

De acordo com Cristas, as mudanças foram feitas com “prata da casa”, sendo ainda a “prova dos nove da extraordinária fragilidade do primeiro-ministro”.

Quem precisa de ser remodelado é António Costa“, que “não tem estatura, não tem capacidade para liderar o Governo de Portugal”, concluiu Cristas em declarações aos jornalistas em Peniche, no distrito de Leiria.

Já Rui Rio, líder do PSD, considerou que primeiro-ministro “deu a mão à palmatória”. “Esta remodelação assenta nas áreas em que o PSD tem feito as suas principais críticas ao Governo. Nessa medida, significa que o primeiro-ministro acaba por reconhecer aquilo que nós temos dito, de certa forma”, afirmou.

O líder social-democrata deu o exemplo do Ministério da Defesa, no qual considera que a gestão feita pelo Governo nunca foi ao encontro do prestígio das Forças Armadas.

“Quer no caso de Tancos, quer no caso do Colégio Militar, quer no caso da morte dos comandos e na forma como tudo isto foi gerido politicamente, nunca foi defendido o prestígio das Forças Armadas. Na Defesa, o país está pior hoje, do que estava há três anos. E, portanto, há reconhecimento quanto à necessidade de mudar o ministro da defesa”.

Também o PCP reagiu, defendendo, em comunicado, que o que é determinante é a política do Governo”, mais do que a “perspetiva pessoal de cada ministro”.

Em reação à terceira e maior remodelação governamental anunciada, o Partido Comunista prefere, mais do que falar em nomes, defender que “para lá do papel que a partir da perspetiva pessoal de cada ministro e de como ela se traduz nas respetivas pastas ministeriais, o que é determinante é a política do Governo”.

Bloco e Verdes questionam timing

Por seu turno, “Os Verdes” questionam o timing da remodelação, lamentando que esta ocorra em “vésperas e da entrega e discussão” do Orçamento de Estado – que é esta segunda-feira entregue oficialmente. Os Verdes pedem ainda “mudanças políticas”.

Em igual sentido, também o PAN sublinha a coincidência com a apresentação do OE2019. “Relativamente ao timing, o Governo escolheu a melhor altura porque consegue que remodelação não fique no centro da atualidade política. Estamos em pleno debate do OE2019. [O momento] parece que foi propositadamente escolhido, hoje, para que não ocupar o centro da atualidade”, disse à Lusa o único deputado do PAN, André Silva.

Também o Bloco de Esquerda, pela voz da sua coordenadora reagiu às mudanças. Catarina Martins considerou que as remodelações nos governos “são normais”, admitindo, no entanto, que a decisão “apanha o país um bocadinho desprevenido”, manifestando preocupação com as áreas da Saúde e Energia.

Os quatro novos ministros, que vão liderar as pastas da Defesa, Cultura, Saúde e Economia, tomaram esta segunda-feira posse pelas 12 horas. Esta é a maior remodelação em 17 anos, realça o jornal Público, e a quinta do atual Governo.

ZAP // Lusa

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7 Comments

  1. Completamente de acordo. Ela está demasiado saliente pela negativa. O que é pena! Se falasse menos e em boas oportunidades, ganharia mais.

    • Está melhor o condenado autarca de Oeiras que a vejo por aí defender…!
      Ou o rapazola de olhos vermelhos que passava informacao da comissao de inquerito para o compincha 44 ser agora brindado com o cargo de secretario de estado.
      Nao misturem a decencia da Cristas com esta gentalha…

  2. Propaganda nada de reformas.Pagamos livros escolares aos netos Ricardo Salgado e outros mais ,temos a saúde e educação boa para quem tem poder .A história é sempre a mesma .Com esta Malta é uma alegria o empobrecimento.Viva esmolas o pior do ancien regime!

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