António Costa considera que referendo da regionalização não pode ser travado por medo de ouvir os portugueses

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O primeiro-ministro, António Costa

O primeiro-ministro, António Costa

António Costa declarou, este sábado, que o referendo da regionalização não pode ser travado por medo de ouvir os portugueses.

O secretário-geral do PS, António Costa, considerou, este sábado, que não se pode deixar de fazer o referendo sobre a regionalização por haver medo de ouvir os portugueses, reagindo à oposição do novo líder do PSD a esta consulta.

“Não se pode deixar de fazer [o referendo] porque se tem medo de ouvir os portugueses. Eu até compreendo a posição do PSD, porque de facto, nos últimos anos, cada vez que os portugueses fora ouvidos só disseram coisas que o PSD não gostou que os portugueses tivessem dito”, afirmou António Costa

As declarações foram feitas na intervenção que proferiu na abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorre em Ílhavo, em Aveiro.

António Costa falou no início da reunião, convocada para aprovar o relatório de contas do partido em relação a 2021 e aprovar o calendário de eleição dos órgãos federativos e dos respetivos congressos.

De acordo com o líder socialista e primeiro-ministro, “por uma questão de oportunidade temporal” não deve deixar de se “fazer aquilo que deve ser feito”.

António Costa salientou que, em 2024, os partidos têm o dever de “avaliar se é ou não oportuno” ouvir os portugueses sobre o processo de regionalização.

// Lusa

24 Comments

  1. A ideologia de regionalização é contrária a um país tão pequeno como o nosso . Noutros países onde isso foi implantado só originou desentendimentos entre pessoas e regiões com prejuízos graves para o países. Quando surgem os problemas o estado não os resolve. Com isso vamos pagar mais para novas estruturas , mais políticos etc.

  2. Isto é tão óbvio que a única coisa que poderia surpreender um português, regressado de Marte, é o referendo ainda não ter sido feito depois do fiasco de 1998. Sabemos que não só mais de 50% da população mostrou clara indirença ao assunto e daqueles que se deram ao trabalho de votar, 60% disseram não. E disseram não por duas razões principais, a primeira porque os defensores da regionalização nunca estiveram interessados em discuti-la publicamente e a mais importante que é o facto de que os portugueses desconfiam dos governos centrais,, não confiam nada, mesmo nada, nos defensores da fragmentação do país, sejam estes autarquias ou grupos de pressão. A regionalização, a existir, terá que ser um processo onde as regiões mais ricas e desenvolvidas, sejam obrigadas a aceitar que vivem à custa da desertificação e exploração do interior e Alentejo e que está na altura de manifestarem solidariedade nacional, devolvendo parte do que roubaram ao todo nacional e na maior parte representado pela exploração de mão-de-obra barata. Isso seria patriótico, mas alguém acredita em patriotismo nos vigaristas políticos e grupos de interesse e pressão que defendem a “regionalização”?

  3. Só interesses, a Regionalização só através de um referendo.
    Não façam como fizeram com foi o Acordo Ortográfico de 1990, foi um erro destruíram a língua de Camões, aderiram a um dialecto que só beneficiou o Brasil. Regionalização JAMAIS.
    Umas regiões seriam ricas e outras pobres, isto é interesse de ditadores

    • As questões principais do país e dos portugueses ficam para depois. Aquilo que os políticos fazem e que logo reivindicam par si autênticos feitos e glórias é com o nosso dinheiro. Os erros que também fazem e que são muitos é com o nosso dinheiro. .

  4. Um pequeno país com portugal a regionalização so vai servir para uns quantos tachos e empregos para classe politica, são sempre os mesmos a vivar à custa de quem trabalha

  5. Gostei muito destas declarações do dr. Costa. É um sinal na direcção correcta. Só tenho uma questão. Na verdade, várias:
    1 – onde andava o dr. Costa quando se discutiu o casamento de pessoas do mesmo sexo? Será que tinha medo de ouvir os portugueses?
    2 – onde andava o dr. Costa quando se discutiu a adopção por “casais” do mesmo sexo? Será que tinha medo de ouvir os portugueses?
    3 – onde andava o dr. Costa quando se discutiu a eutanásia? Será que tinha medo de ouvir os portugueses?
    4 – onde andava o dr. Costa quando se discutiu aborto ortográfico (AO’90)? Será que tinha medo de ouvir os portugueses?
    Enfim, gostaria de saber, porque razão, questões tão fracturantes como estas não foram colocadas aos portugueses. Será por medo da resposta? Ou pela certeza que a opinião dos portugueses diverge da de certas minorias que pretendem, em democracia, impor o seu pensamento e comportamentos à maioria. Ou não fosse esse o propósito da malfadada disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, contrariando as regras inscritas na Constituição.

      • 1 – conhecemo-nos? Não creio. Logo, o respeitinho é bonito, ou se preferir, primordial para mim, e eu gosto. Logo, tratamento por tu não é aceitável.
        2 – “os gajos/gajas do mesmo sexo” seja lá o que isso for, pode ser primordial para os portugueses. Acaso já alguém lhes perguntou. Para mim, é. Se para si não é, é a sua posição. A minha é diferente. A democracia, segundo dizem é isso: ter o direito a ter opinião, mesmo sobre coisas que alguns iluminados possam achar não ser primordial;
        3 – “os gajos/gajas do mesmo sexo” são apenas um entre vários assuntos cuja consulta aos portugueses deveria ser obrigatória. Ou o Senhor não concorda justamente por integrar algum desses grupos e afins? Reafirmo: tem direito à sua orientação. A minha, todavia, é diferente.
        Respeitosos cumprimentos.

  6. Excelente e oportuno comentário. AC nunca faz consulta quando se trata de questões pessoais de resultado duvidoso ; pretende agora fazer este referendo talvez aproveitando os resultados das legislativas. Será que os eleitores alinharao nisso?

  7. A disciplina da Cidadania deveria ser opcional. Muitas pessoas não concordam com aquelas patranhas que são nitidamente uma filosofia errónea de esquerda. É uma forma encapotada de formatar pessoas numa ideologia ultrapassada.

  8. A regionalização num país tão pequeno só serve para dar tachos aos amigos que ainda não tiveram oportunidade de receber e estão impassíveis e ansiosos que isso aconteça. Já temos demasiados ladrões e corruptos nos governos regionais. Os portugueses declinam a idiotice no que concerne à regionalização!!!

  9. Tanta polémica porquê? Por causa da regionalização ou do referendo?
    Se é por causa do referendo, tenho dúvidas que ele seja válido. Tal como as eleições, de resto, mesmo que se diga que são eventos democráticos, até porque se as ditaduras são sistemas que amordaçam os povos, as democracias são bluffs que os acontentam. Se assim não fosse, não víamos os políticos a impingirem-nos a ideia de que votar é um dever cívico, mesmo que ninguém saiba muito bem o que lá vai fazer. De resto, qual é a legitimidade de um resultado eleitoral, se o voto de um néscio vale tanto como o de um sábio?
    Mas deixemos de palavreado e vamos ao que interessa: a REGIONALIZAÇÃO. Não são necessários grandes debates, e o Governo, tenha ele a cor que tiver, pode muito bem resolver o problema quase sem sair de Lisboa. Basta que:
    1- Apetreche com todas ou as principais valências um hospital distrital em cada distrito;
    2 – Alargue a rede de postos e centros de saúde de acordo com as necessidades das populações;
    3 – Abra concursos atractivos para as carreiras de profissionais de saúde;
    4 – Reponha as vias férreas que foram destruídas em democracia, actualize outras e acrescente ramais onde fazem falta. Isto tendo em conta que o transporte em automóvel tem de diminuir drasticamente a partir de ontem;
    5 – Impeça a implantação de grandes empresas no litoral, e facilite a sua localização nas regiões fronteiriças;
    6 – Desloque para essas zonas ou regiões polos universitários e organismos de investigação que até agora tenham funcionado apenas em Porto, Coimbra e Lisboa;
    7 – Crie escolas de ensino profissional em terras do interior:
    8 – Actue no sentido da valorização das culturas regionais e patrimónios locais.
    9 – Acorde os políticos e acorde os portugueses para o facto de o litoral estar cada vez mais poluído, mais sobrecarregado, mais feio, onde a qualidade de vida já é quase nenhuma.
    10 – Por fim dê aos municípios a liberdade de fazerem bem, fazendo só o que é necessário.

    Não há, pois, necessidade de partir o país em fatias para as repartir por “governinhos” que não interessam a ninguém. Não falta que fazer para quem quiser trabalhar. E tachos, já há de sobra.

    • Nem sempre estamos de acordo. Não é, desta vez o caso. Subscrevo integralmente. Mas essa regionalização que defende não alimenta os parasitas do partido. Logo, não serve.
      Há anos que digo:
      1 – 100 municípios no máximo (mas com poderes a sério;
      2 – redução de deputados para 199 em dois círculos – um nacional (com 99) e outro municipal (com 100, um por município) e ciclos eleitorais desfasados;
      3 – decerto a qualidade da nossa democracia melhoraria muito. Mas, claro, isso não interessa: menos tachos e menos controlo sobre a populaça.

    • Ideias respeitáveis, tanto que, em teoria, é quase impossível não concordar com o essencial das mesmas. Mas, vejamos por exemplo, o seu ponto nº 5. Quais os meios práticos para “impedir” a instalação de grandes empresas no litoral e de que forma se poderia “facilitar” a instalação das mesmas no interior? Como “impedir” é impensável em democracia, quanto custariam, em “dinheiro” as “facilidades” que defende?
      A regionalização não pode ser feita através de um “Plano Marshall” português, a razão é simples, não existem recursos. E há mais, desconheço qualquer país europeu onde tenha sido feita uma regionalização como aquela que pretendem grupos regionais portugueses, a mais próxima do modelo são as “autonomias” espanholas e não me parece que tenham resolvido grande coisa.

      • Sr. Santos,
        Compreenderá que o que escrevi não passa de comentário, pretendendo com essa meia dúzia de linhas dizer que Portugal não necessita daquilo a que, de alguns anos a esta parte, os políticos se vêm agarrando para tentarem dizer que se interessam pelo desenvolvimento do país, no seu todo.
        Ora o que sabemos é que cada região, cada sona, cada sítio do que precisa é que o país lá esteja, no momento certo, pelo menos como vem estando na faixa litorânea. E para isso não é necessário nenhuma regionalização com o sentido que lhe querem dar. Essa interessará aos políticos, mas não às populações, seguramente.
        Quanto a impedir a implantação de grandes empresas aqui ou ali, a democracia nada tem que ver, até porque em democracia muitas vezes não se concretiza o que é importante e leva-se a efeito o que não interessa. De resto, o termo “impedir” surgiu sem ter de ser levado à risca, tanto mais que há ou se podem criar mecanismos que, a priori, produzem orientações, evitando depois o impedimento.. Os políticos entendem disso.
        As facilidades que eu defendo… Sr. Santos, sei que não são facilidades, Atrevo-me mesmo a dizer que são o contrário e que muito dificilmente serão concretizadas. E se forem, temos que perguntar; QUANDO? É que, como bem sabe, o país está numa situação muito difícil. Não tem capacidade para lavar a cabo o que é preciso. Por isso continuo a pensar que as dez medidas que sugeri ficarão mais baratas do que uma regionalização à maneira “deles”. E se não forem implementadas mais baratas ficarão.
        Já agora, não posso deixar de atribuir culpas às populações do interior pela situação a que chegaram. O português foi habituado, por força das circunstâncias, é certo, a esperar pela oferta de oportunidades. Não as criava, mão metia os pés ao caminho para, no seu torrão natal, dinamizar a vida. Parecia-lhe mais fácil emigrar, não só para o estrangeiro, mas dentro do seu próprio país. E assim atafulhou o litoral, criou oferta de sobra de mão de obra, sujeitando-a a baixos salários, e em consequência, facilitando o desenvolvimento de novas empresas. Isto não se passou agora, mas criou raízes que dificilmente desaparecerão. Depois queixam-se…
        Se tivesse permanecido na sua terra, não teriam sido as empresas a irem ao seu encontro?
        São apenas questões que levanto sem as aprofundar, pois já não tendo idade para isso.
        Uma boa semana.

  10. O indeciso Costa, que nada faz nem assume, foge a tomar uma decisão.
    O Costa e o PS têm a maioria e só a utilizam quando lhes interessa.

  11. Eles que expliquem primeiro ao país o que é a regionalização e bem explicadinho. A maior parte dos portugueses vai votar num referendo que nem sabe o que significa, nem para que serve, o que se ganha com isso, etc,?

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