EFE / Toni Albir

O presidente do Conselho Europeu, António Costa
Os Estados-membros da NATO seguiram, na semana passada, as metas de investimento em Defesa recomendadas por Donald Trump. António Costa diz que o acordo deve ter um efeito positivo nas negociações comerciais entre a UE e EUA.
Espanha foi o único Estado-membro da NATO que não acatou as ‘exigências de Trump’.
Prontamente, o presidente dos EUA prometeu que os espanhóis iriam pagar. “Acho terrível o que fez Espanha, vamos negociar com eles e vão pagar o dobro. Vamos obrigá-los a pagar, Espanha quer uma viagem grátis e eu vou obrigá-la a pagar de outra forma”, disse Trump, no final da cimeira.
De resto, todos acordaram um aumento do investimento de 5% do PIB na área da defesa até 2035.
António Costa acha que os países do Tratado Atlântico fizeram bem em seguir as metas de investimento em Defesa recomendadas por Donald Trump.
O presidente do Conselho Europeu considera que o acordo na NATO deve ter um efeito positivo nas negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos.
As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington devem-se aos anúncios de Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.
Este prazo termina a 9 de julho, sendo que o comissário para o comércio, o eslovaco Maroš Šefčovič, viajou esta semana para os EUA para conversações.
Os milagre dos “5%”?
Numa entrevista à Lusa, António Costa considera que “o acordo que os europeus fizeram com os americanos no âmbito da NATO, resolvendo mesmo o principal problema que havia nas relações entre uns e outros (…) só pode ter uma influência positiva nas negociações comerciais”.
E destaca: “Eu diria mesmo que a consequência lógica do acordo que foi feito na NATO é ter um efeito positivo na negociação comercial.”
Quanto à NATO, António Costa não quis comentar as polémicas afirmações do secretário-geral Mark Rute, que chamou “daddy” (paizinho) a Trump e prometeu que “os europeus iam pagar à grande”, mas observa que a cimeira da semana passada resolveu as dúvidas que havia sobre a sua existência.
“Depois de vários meses em que havia dúvidas se a aliança transatlântica subsistia ou não subsistia, todos os parceiros expressaram a vontade de continuar juntos, reforçar o nosso relacionamento e acordaram novos objetivos para reforçar a Aliança Atlântica que, até prova em contrário, é a mais eficaz força de defesa coletiva que temos à escala global”, diz.
UE vs. EUA
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, avisou os EUA de que a UE se está a preparar para a possibilidade de não haver um “entendimento satisfatório”, prometendo defender os interesses europeus.
Horas depois, Trump afirmou que a União Europeia “é muito desagradável” por aplicar “impostos muito injustos” às empresas do país, mas acrescentou que “em breve aprenderão a não ser tão desagradáveis”.
António Costa recusa-se a comentar as declarações do presidente norte-americano, preferindo focar-se naquilo que considera essencial: o volume das relações comerciais entre os Estados Unidos e a Europa, que representam 30% do comércio internacional e que são 40% do PIB mundial.
“Portanto, tudo o que afete estas relações comerciais tem um efeito muito negativo na economia americana, muito negativo na economia europeia e muito negativo na economia global”, disse.
Segundo Costa, a UE defende e propôs aos EUA tarifas zero, considerando que estas significam impostos pagos pelos consumidores e, portanto, com impacto no aumento da inflação.
Esta não é, porém, a posição da administração americana, que vê as tarifas como um bom instrumento de política económica.
“Toda a gente acha o contrário, mas esta é a visão da administração americana e temos que nos empenhar em procurar controlar os impactos que existem na economia global, na economia europeia e também na economia americana. Estamos a negociar para minimizar aquilo que são os efeitos desta visão”, diz o presidente do Conselho Europeu.
ZAP // Lusa
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Ser um pau mandado nunca trouxe evolução mas sim dependência… quem estará por detrás da nomeação deste senhor para o lugar que actualmente ocupa como presidente do “aconselho” europeu…
Este quando está calado fala mesmo bem.