A chanceler alemã discursou no congresso do seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), no qual referiu que a burca deve ser proibida “onde for legalmente possível” na Alemanha.
Durante um discurso no congresso da União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel defendeu que vai apoiar a proibição nacional do uso da burca.
“O véu que cobre todo o rosto não é aceitável no nosso país”, afirmou no congresso do seu partido, citada pelo The Independent.
“Tem de ser banido, onde for legalmente possível”, acrescentou a chanceler alemã, que recebeu de imediato muitos aplausos.
Em agosto passado, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, um dos maiores aliados de Merkel, já tinha proposto uma interdição parcial da burca.
O governante considerou que a lei devia ser aplicada em lugares onde isso “é importante para a coexistência da sociedade” como, por exemplo, entidades públicas, escolas, universidades e tribunais.
Recorde-se que, no mês passado, na Holanda, foi aprovada uma lei semelhante. Outro desses caso é a França, que já proíbe o véu islâmico desde 2011.
Merkel, que já anunciou a candidatura a um quarto mandato, sofreu uma queda significativa na sua popularidade depois da sua política de imigração.
A chanceler alemã abriu as fronteiras aos requerentes de asilo, o que provocou a chegada de quase um milhão de refugiados ao país.
Mesmo assim, a líder do CDU afirmou que “uma situação como a do verão deste ano não pode nem deve voltar a repetir-se”.
“Aleppo é uma vergonha”, declarou ainda no discurso do congresso, que está a acontecer na cidade de Essen.
“É uma vergonha termos sido incapazes de criar um corredor humanitário, mas temos de continuar a lutar por um”.
A chanceler lamentou que, ao mesmo tempo que se convocam manifestações contra o tratado de comércio livre entre a União Europeia e os Estados Unidos, não haja também protestos ou ações semelhantes contra os bombardeamentos na cidade síria.
Mais de 50 mil sírios fugiram nas últimas semanas de Aleppo devido à intensificação dos ataques das forças do regime à zona da cidade controlada pelos rebeldes.
ZAP / Lusa