A candidata presidencial Ana Gomes não tem dúvidas: foi o PS que não quis um acordo com o Bloco de Esquerda no Orçamento do Estado para 2021. Em relação a Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o Presidente não exigiu um acordo escrito “porque, no fundo, queria instabilidade”.
Em entrevista ao Jornal de Negócios, Ana Gomes atribuiu ao Partido Socialista a responsabilidade de não ter havido acordo com o Bloco de Esquerda no Orçamento do Estado para 2021. “Foi o PS que não quis um entendimento”, disse a candidata às eleições presidenciais de janeiro do próximo ano.
A ex-eurodeputada disse que o Governo e o Bloco de Esquerda deveriam ter assinado um acordo escrito logo no início da legislatura. “Se eu fosse Presidente aquando das últimas legislativas, se os partidos não tomassem a iniciativa de fazer um acordo escrito, trataria de pedir um acordo escrito para os vincular“, referiu.
Na sequência deste tema, não deixou de lançar farpas ao atual Presidente da República, afirmando que, se tivesse estado no seu lugar, “teria exigido esse acordo”. “Critico Marcelo Rebelo de Sousa que não o exigiu porque, no fundo, queria instabilidade” para ganhar “relevância num quadro de instabilidade entre os partidos que formam o Governo”, atirou.
Sobre a morte do cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa, Ana Gomes apontou a atuação “contraditória” de Marcelo Rebelo de Sousa, que ora apoia demasiado o Governo, ora lhe puxa o tapete. Neste caso, o Presidente da República “esteve mal, desde logo, ao não intervir publicamente no caso”.
“Não é o Presidente que demite ministros, é uma competência do primeiro-ministro. Mas sempre que este e outros Presidentes quiseram que determinados ministros fossem afastados, foram afastados. Lembro-me da antecessora do atual ministro, afastada pelo que disse Marcelo”, disse, numa referência a Constança Urbano de Sousa.
Já em relação às sondagens que dão vitória a Marcelo Rebelo de Sousa entre o eleitorado socialista, Ana Gomes diz que não acredita “nesses números”. A candidata a Belém disse que além de Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro, “há outros membros do Governo” que a apoiam. No entanto, manteve o mistério e não revelou quem.
É preciso ser-se muito falsa, esta Gomes! Sabe que a bloquista agora mais gorda do que ela (fez-lhes bem o tacho do Parlamento Europeu), não vai nem por sombras ganhar, está a fazer o canto para quando da desistência à candidatura (agora ela não tem uma Maria de Belém para dar com pau), vota na Gomes dizendo aos putativos seguidores para fazerem o mesmo.