Trump proíbe norte-americanos de investirem em empresas chinesas

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Dan Scavino / Wikimedia

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o Presidente da China, Xi Jinping

O Presidente em exercício dos Estados Unidos decidiu proibir os norte-americanos de investirem em empresas chinesas que acusa de apoiarem as atividades militares de Pequim, medida hoje condenada pelo regime comunista.

Donald Trump especificou, num decreto publicado na quinta-feira, que a proibição entraria em vigor a partir de 11 de janeiro, nove dias antes da sua saída da Casa Branca e da chegada do seu sucessor, Joe Biden.

Segundo a decisão, os norte-americanos com participações e outros interesses financeiros numa lista de 31 empresas visadas têm até novembro de 2021 para vendê-las.

Em resposta, a China acusou Washington de abusar da autoridade do Estado para atacar arbitrariamente as empresas chinesas.

“Esta medida prejudica não apenas os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas, mas também os interesses dos investidores internacionais, incluindo os dos Estados Unidos”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.

A ordem executiva de Trump faz parte da ofensiva da sua administração para conter o crescente poder de Pequim, determinado a competir com Washington no cenário mundial em praticamente tudo, desde a área da economia à militar, passando pela política e pela tecnologia.

O Presidente cessante afirma, no decreto, que a China “explora, cada vez mais, o capital dos EUA para permitir o desenvolvimento e a modernização das suas atividades militares, serviços de informação e outros sistemas de segurança, o que lhe permite ameaçar diretamente” os Estados Unidos e as tropas norte-americanas estacionadas no estrangeiro.

O dinheiro dos investidores particulares norte-americanos investido nessas empresas, reitera o bilionário republicano, permite a Pequim desenvolver armas de destruição em massa e realizar ciberataques “contra os Estados Unidos e o seu povo”.

Claramente, a China “está a explorar investidores norte-americanos para financiar o desenvolvimento e a modernização do seu Exército“, conclui o Presidente, que ainda se recusa a admitir a derrota nas eleições Presidenciais de 3 de novembro.

As empresas visadas são, sobretudo, empresas públicas e privadas de aeronáutica, transporte marítimo, construção, comunicações e novas tecnologias, cotadas nas praças financeiras chinesas, na Bolsa de Valores de Hong Kong e em Wall Street por meio de instrumentos financeiros ou de subsidiárias.

Os particulares investem através de fundos mútuos, que reúnem as poupanças de diversos investidores, de acordo com as recomendações de um gestor de carteira. Na maioria das vezes, os pequenos investidores não sabem que têm ações de uma empresa.

Entre a lista de empresas visadas por Trump conta-se a China Mobile e a China Telecom, a especialista em videovigilância Hikvision e o grupo de construção ferroviária China Railway Construction Corp.

O valor desta última caiu, hoje, mais de 4% na Bolsa de Valores de Hong Kong, enquanto a China Telecom perdeu quase 8% e a China Mobile 5%.

A ordem executiva de Trump foi tornada pública no mesmo dia em que o gigante asiático felicitou Biden pela vitória nas eleições.

Respeitamos a escolha do povo americano. Expressamos as nossas felicitações a Joe Biden e a Kamala Harris”, afirmou Wenbin numa conferência de imprensa, citado pela agência Reuters.

ZAP // Lusa

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