Na Amazon, já é possível ser despedido por um robô

A gigante multinacional de vendas online, Amazon, instalou nos seus armazéns um sistema que controla os trabalhadores e tem competências para despedir quem não for produtivo.

O sistema de controlo de produtividade acompanha os funcionários da Amazon que trabalham em armazém e atua segundo os resultados registados. Na prática, quem ficar aquém das expectativas, é despedido pelo “robô”. A decisão não passa por nenhum supervisor de carne e osso, havendo, inclusive, trabalhadores que evitam fazer pausas para ir à casa de banho.

Ao Busines Insider, um porta-voz da empresa confirmou que cerca de 300 pessoas já foram despedidas nas instalações da empresa em Baltimore, nos Estados Unidos.

“Aproximadamente 300 pessoas foram dispensadas em Baltimore devido à falta de produtividade neste período. Em geral, o número de despedimentos diminuiu nos últimos dois anos nestas instalações, assim como por toda a América do Norte”, afirmou o responsável ao site de notícias norte-americano.

O “robô” da Amazon controla a atividade dos funcionários da empresa, nomeadamente a duração das pausas e dos intervalos através de uma métrica. Há relatos de trabalhadores que se sentem pressionados, deixando de fazer pausas até para ir à casa de banho.

No Reino Unido, e de modo a obter mais informação sobre esta situação, um escritor infiltrou-se num dos armazéns da Amazon. Lá, o infiltrado descobriu que havia trabalhadores a urinar em garrafas, de modo a evitar as pausas. Ao The Sun, James Bloodworth contou que, “para quem trabalhava no último piso, a casa de banho mais próxima ficava a quatro andares de distância”.

“As pessoas urinavam em garrafas porque viviam com o medo de ser punidas e despedidas pelo tempo perdido, apenas porque precisavam de se aliviar.”

Se o sistema implementado detetar que o funcionário está a falhar nas metas de produção, emite de imediato um aviso e dispensa o trabalhador, sem consulta de qualquer supervisor humano. Todavia, a empresa refere que um humano pode verificar e corrigir o sistema.

Para a Amazon, esta medida incentiva os trabalhadores a cumprirem metas de produção.