Os moradores das zonas norte e central de Alverca queixam-se de cheiros “nauseabundos” que, nas últimas semanas, têm afetado esta área da cidade. A Agência Portuguesa do Ambiente e a GNR estão a procurar a fonte do problema.
A Câmara de Vila Franca de Xira já solicitou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que averigue a origem dos maus cheiros denunciados pela população, mas ainda não há conclusões. Segundo o Público, nas freguesias próximas de Alhandra e do Sobralinho também há relatos de cheiros estranhos e de pessoas com sinais de irritação na garganta.
O Ministério do Ambiente adianta que a APA teve conhecimento a situação e “está a desenvolver, no âmbito do Plano de Fiscalização, diversas ações junto de operadores localizados na envolvente”. Segundo o gabinete de Matos Fernandes, foram também programadas mais ações de fiscalização “em estreita ligação” com o Serviço de Proteção da Natureza da GNR.
“Nos últimos dias toda a zona norte/central de Alverca do Ribatejo tem estado com um cheiro nauseabundo no ar. Principalmente durante a madrugada e primeiras horas da manhã. Mas ao longo do dia são várias as vezes em que o mesmo regressa. O cheiro é simplesmente horrível e por vezes temos de tapar o nariz para não ficarmos com vontade de vomitar”, contou ao Público João José Canário, um habitante de Alverca.
O morador adiantou ainda que o cheiro se manifesta sobretudo desde a zona da Ribeira da Silveira (norte da cidade). “Se ficar alguma janela aberta durante a noite, acorda-se com um cheiro horrível dentro da nossa casa. Alverca nunca teve este cheiro e cada dia que passa parece que alastra ainda mais.”
João Canário afirmou que já lhe foi dada a explicação de que são consequências de óleos alimentares ou farinhas, mas, para o morador, a causa é outra. “Os ventos também não são justificação, pois nos últimos dias não há vento nenhum em Alverca e tem sido uma vergonha autêntica.”
Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, explicou ao diário que, tendo em conta “a existência de algumas unidades industriais em zonas adjacentes, assim como o histórico de outras situações em que se verificou a ocorrência de emissões atmosféricas com potencial de libertação de odores semelhantes aos detetados”, a Câmara já oficiou a APA, “alertando para a situação verificada”.
Já a Junta da União de Freguesias de Alverca e Sobralinho confirma que se têm sentido “fortes odores a farinha, principalmente quando os ventos sopram de nascente para poente”, mas que a verificação feita em vários locais (ribeiras e outros) não levou a “qualquer deteção de cheiros”.
“O estudo da qualidade do ar que se solicitou está praticamente concluído. A Universidade Nova vai começar a fazer esse trabalho, em novembro espero que tenhamos condições de saber com rigor o que se passa”, disse Alberto Mesquita citado pelo jornal, adiantando que, no que diz respeito aos maus cheiros, a Câmara pediu à APA que tome as medidas necessárias.
