Uma aluna de mestrado da Universidade do Minho criou uma plataforma “pioneira” que permite fazer a georreferenciação de roubos e furtos com o objetivo de “potenciar a autoproteção” dos cidadãos e “apoiar” o trabalho das forças de segurança.
Em declarações à agência Lusa, Laura Jota, a autora do MapsCrime, que é apresentado esta sexta-feira em Braga, explicou que este serviço de “partilha de informação criminal” permite “aceder e registar ‘online’ furtos e roubos e ainda possíveis locais para reaver objetos subtraídos”.
No entanto, alertou, o registo da ocorrência nesta plataforma “não substituiu a queixa junto das autoridades policiais”, sendo apenas uma “ferramenta” de ajuda.
“Os cidadãos em geral recusam a burocracia e a espera de uma hora na esquadra para denunciar o furto da mala ou do autorrádio. Com o MapsCrime, a ocorrência é registada fácil e rapidamente, pelo computador ou pelo smartphone, ajudando também outras pessoas e os agentes da lei”, explicou Laura Jota.
O objetivo do MapsCrime, apontou, “é fazer mapas de locais onde ocorrem mais roubos ou furtos, seja de veículos, roubo por esticão, a residências, de maneira a que os cidadãos possam adotar medidas de autoproteção, de defesa”.
Esta é uma plataforma “útil” para os cidadãos mas também para as forças de segurança, apontou Laura Jota.
“Permite que as várias polícias tenham uma noção das zonas mais críticas de uma cidade, por exemplo, de uma forma mais rápida. Basta a consulta ao MapsCrime”, disse.
A forma de registar ocorrências nesta plataforma é “simples” e “acessível”, garantiu Laura Jota.
“Qualquer cidadão pode registar-se no ‘site’ e, quando for vítima de um assalto, pode assinalar esse crime. Depois, é feita uma validação da ocorrência, através da confirmação do código de registo da queixa juntos das autoridades”, explicou.
No entanto, adiantou, “haverá também uma área do MapsCrime onde é possível dar conta de um assalto sem a tal validação, até porque muita gente não apresenta a respetiva queixa”.
As forças de segurança, apontou Laura Jota, “não estão ainda a usar o MapsCrime oficialmente, embora haja conversações no sentido de tornar isso possível”.
A ideia de criar o MapsCrime surgiu “há cerca de um ano”, quando a autora se encontrava na fase de estudo da sua tese de mestrado na Universidade do Minho, intitulada “Furtos e roubos como ação coletiva: olhares e práticas de reclusos condenados, vítimas e tribunais”.
A iniciativa, desenvolvida no IdeaLab/TecMinho e apoiado pela incubadora SpinPark, foi premiada no concurso de ideias da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresáriose finalista do concurso SpinUM, além de ter sido reconhecida pelo Estado com bolsas de empreendedorismo +i+e e Impulso Jovem.
Laura Jota, de 23 anos, é licenciada em Criminologia pelo ISMAI e finalista do mestrado em mestrado em Crime, Diferença e Desigualdade da U.Minho.
/Lusa