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Aliados de Netanyahu admitem formar Governo com apoio de partido árabe

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Ronen Zvulun / EPA

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu

Aliados políticos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que venceu as legislativas de terça-feira sem maioria, admitiram negociar com a Lista Árabe Unida para alcançar a maioria parlamentar necessária para formar governo.

Com 90% dos votos contados, a Lista Árabe de Mansour Abbas deverá eleger 5 deputados – que somados aos do partido de Netanyahu, o Likud, e seus aliados, permitiriam formar uma maioria no parlamento (Knesset) – o primeiro-ministro cessante afirmou hoje “não excluir ninguém” nas negociações para formação de Governo.

“Estes tempos exigem um Governo estável para o Estado de Israel. Não podemos, seja em que circunstâncias for, arrastar o Estado de Israel para novas eleições”, disse Netanyahu perante os seus apoiantes.

As eleições de terça-feira foram as quartas em Israel em apenas dois anos. Antes das eleições, Netanyahu havia excluído entendimentos com Abbas.

Abbas, que foi uma das surpresas das eleições, disse hoje por seu lado “não estar no bolso de ninguém”, no que diz respeito a apoiar um futuro Governo – não fechando a porta a apoiar uma coligação anti-Netanyahu.

A abertura do líder do Likud ao partido árabe foi mais tarde sublinhada por um dos principais aliados políticos de Netanyahu, David Bitan. “Poderíamos dar-nos bem com a Lista Árabe Unida”, disse Bitan, em entrevista à rádio pública Kan.

Outro dos aliados mais próximos de Netanyahu, o ministro Tzachi Hanegbi, também elogiou Abbas, e admitiu negociar o seu apoio a um novo Governo Netanyahu, numa entrevista no Canal 13.

O líder árabe, disse Hanegbi, é um “moderado” e seria uma “injustiça para a sociedade israelita” se ele não entrasse no Knesset.Os comentários foram, contudo, mal recebidos nos partidos religiosos ortodoxos e de extrema-direita que apoiam um Governo do Likud.

As mais recentes projeções indicam que o Likud (direita) de Netanyahu deverá obter 30 lugares no Knesset, chegando os 59 com apoio dos seus aliados e do Yamina de Naftali Bennett, que ainda teria de negociar.

Na terça-feira, Bennett afirmou que irá “fazer apenas o que for bom para o Estado de Israel”, sem pormenorizar.

Em segundo lugar está a formação centrista Yesh Atid, do líder da oposição Yair Lapid, com 19 deputados, seguido do Shas (ultraortodoxo sefardita) com 9 assentos, da coligação Azul e Branco (centrista do anterior ministro da Defesa Benny Gantz) com 8.

O Judaísmo Unido da Tora (ultraortodoxo), o Yamina (extrema-direita), o Yisrael Beiteinu (direita secular) e os Trabalhistas obtiveram todos sete deputados, de acordo com as projeções.

Yair Lapid também já disse manter discussões “com os líderes do bloco anti-Netanyahu”.

Depois de anunciados os resultados finais, na sexta-feira, o presidente, Reuven Rivlin, iniciará uma ronda de contactos com todos os partidos, antes de convidar um deles para formar Governo.

Até lá, mantém-se em funções o Governo provisório liderado por Netanyahu.

// Lusa

 

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