Os grandes investigadores estão preocupados com a economia global, depois de Wall Street ter fechado em baixa, esta terça-feira.
A bolsa de Nova Iorque fechou esta terça-feira em queda acentuada, afetada pela realização de lucros e pelo nervosismo renovado entre os investidores, que mostraram preocupação com a economia global.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice tecnológico Nasdaq caiu 3,26%, enquanto o seletivo Dow Jones perdeu 1,51% e o alargado S&P 500 recuou 2,12%.
“A tristeza de setembro atingiu hoje Wall Street”, realçou José Torres, da Interactive Brokers, em comunicado.
Setembro é tradicionalmente um mau mês para as ações, que terminaram em terreno negativo nos últimos quatro anos.
Mas já em agosto o cenário não tinha sido (ou não costuma ser) muito risonho.
A primeira vítima foi a indústria dos microprocessadores, impulsionada durante quase dois anos pela ‘febre’ da inteligência artificial (IA) generativa e hoje fundamental para o funcionamento da economia mundial.
A superestrela do setor – Nvidia – caiu 9,53%.
Só hoje, o grupo de Santa Clara (Califórnia) ‘apagou’ quase 280 mil milhões de dólares em capitalização bolsista, o que é mais do que a avaliação total da Toyota, Hermès ou Pepsico.
A Apple (-2,72%) e a Alphabet (-3,94%), que estavam a fazer uma boa recuperação desde o início de agosto, também foram apanhadas na tendência das vendas.
“Medo” à economia
Wall Street foi também surpreendida pelos receios de deterioração da economia, à luz dos indicadores mistos na China nos últimos dias, bem como dos números dos Estados Unidos.
A atividade no setor transformador nos Estados Unidos manteve-se assim em contração em agosto, de acordo com a organização de gestores de compras ISM. Progrediu em relação a julho, mas menos do que o esperado.
E de acordo com este relatório do ISM, os novos pedidos caíram para o nível mais baixo desde maio de 2023.
No entanto, de acordo com Sam Burns, responsável pela estratégia de investimento da Mill Street Research, não há motivos para alarme. Além de que este período é tradicionalmente dominado pela prudência.
“Existe a perceção de que estas empresas reportaram bons resultados, mas não o suficiente para satisfazer as expectativas. Penso que se trata principalmente de realização de lucros e reequilíbrio da carteira”, disse o analista, que não considera esta sessão como “um prenúncio de uma correção maior.”
ZAP // Lusa