O opositor russo Alexei Navalny iniciou uma greve de fome na prisão e denunciou que lhe tem sido negado o acesso a cuidados de saúde.
Alexei Navalny, detido numa colónia penitenciária, anunciou esta quarta-feira o início de uma greve de fome após denunciar a ausência de acesso a cuidados de saúde e uma “tortura” por privação do sono.
“Declaro uma greve de fome para pedir a aplicação da lei e para ser assistido por um médico”, escreveu Navalny no Instagram, numa publicação em que diz sofrer de dores nas costas e nas pernas.
“Que posso fazer em contrário? Tenho o direito de ser analisado por um médico e de receber medicamentos. E não me permitem nem uma coisa nem outra”, acrescentou.
Segundo a Associated Press, o anúncio surge após o crítico do Kremlin ter afirmado na semana passada que a sua saúde se estava a deteriorar.
Navalny está atualmente a cumprir pena de dois anos e meio na colónia penal IK-2, cerca de 100 quilómetros a leste de Moscovo.
O opositor russo adoeceu gravemente durante um voo da Sibéria para Moscovo, em agosto. Depois de ter sido levado a um hospital em Omsk, no sudoeste da Sibéria, foi para Berlim para receber tratamento. Laboratórios alemães, franceses e suecos determinaram que foi envenenado por um agente nervoso Novichok da era soviética.
O russo foi preso sob a acusação de violação de liberdade condicional imediatamente após regressar da Alemanha para a Rússia.
Nas últimas semanas, houve vários relatos de que a saúde de Alexei Navalny se estava a deteriorar na prisão, sofrendo de dores nas costas e nas pernas.
No domingo, um grupo de cerca de 500 profissionais médicos publicou uma carta aberta a exigir que Navalny recebesse os devidos cuidados. “Tememos pelo pior. Deixar um paciente nesta condição pode levar a consequências graves, incluindo uma perda irreversível, total ou parcial das funções dos membros inferiores”, lê-se na missiva.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa