As últimas três centrais alemãs serão desligadas a 31 de dezembro, mas no caso de haver uma falta grave de eletricidade, duas delas podem ser reconectadas.
As três últimas centrais nucleares da Alemanha estavam previstas encerrar definitivamente no final deste ano. No entanto, duas delas serão desligadas da rede elétrica mas prontas para ser reactivadas rapidamente até abril.
O objetivo de deixar as centrais em stand-by é garantir que não faltará eletricidade durante o inverno, mesmo com o corte do abastecimento de gás russo.
Robert Habeck, ministro alemão da Economia e da Ação Climática, anunciou a decisão e garantiu que Berlim não voltará atrás nos planos para abandonar de vez a energia nuclear até ao fim deste ano.
Os planos foram lançados após o acidente na central nuclear de Fukushima, no Japão. “Mantemos os planos de saída do nuclear“, assegurou o ministro.
Robert Habeck, do partidos dos Verdes, cuja história se confunde com o movimento de protesto antinuclear, anunciou esta medida. “Temos de nos preparar para o pior. As centrais só reabrirão se for necessária mais energia”, assegurou o ministro.
Vários estudos de opinião mostram que os alemães apoiam esta decisão. Em julho, a sondagem Deutschland Trend notava que 82% dos alemães apoiam o prolongamento da utilização das centrais nucleares por alguns meses.
Só 15% queriam que as três centrais fossem desligadas no fim do ano, como estava previsto. Esta ideia tem apoio, mesmo entre os apoiantes dos Verdes — 61% estavam de acordo, segundo o Público.
A decisão foi tomada após serem conhecidos os resultados do teste de stress ao sistema elétrico pedido pelo Governo alemão, para avaliar se devia tomar medidas extraordinárias relativas às centrais nucleares.
Habeck garante que o teste mostrou que poderia haver horas de crise no fornecimento de energia durante o inverno, devido à falta de gás no mercado energético europeu, avança a Reuters.
“Duas grandes crises – a guerra e as alterações climáticas – estão a ter um impacto muito concreto na segurança energética da Europa. Em certas circunstâncias, em situações muito específicas, estes riscos podem juntar-se”, alertou o ministro.
“Mas continua a ser muito improvável que tenhamos situações de crise e cenários extremos”, informou Habeck. “Tenho é de fazer tudo o que for necessário para garantir completamente a segurança do abastecimento”, sustentou.