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Alemanha: Sociais-democratas reclamam vitória (com “desastre” para os conservadores)

lemonpixel / Flickr

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz (SPD)

Os sociais-democratas SPD reivindicaram hoje vitória nas eleições parlamentares alemãs, numa altura em que os conservadores da CDU, força política de Angela Merkel, se aproximam de uma votação mínima histórica, de acordo com as primeiras projeções.

Os social-democratas alemães partem à frente, este domingo, nas eleições legislativas que marcam o fim da era Merkel, de acordo com as primeiras estimativas, mas os conservadores da chanceler ainda pretendem disputar a formação do próximo governo.

As primeiras projeções divulgadas após o encerramento das urnas na Alemanha anteveem uma disputa renhida ou mesmo um empate técnico entre os sociais-democratas do SPD e os conservadores da CDU, força política de Angela Merkel, mas já houve reações dos partidos.

Temos mandato para formar governo. Olaf Scholz tornar-se-á chanceler”, apressou-se a reagir o secretário-geral do Partido Social Democrata (SPD) alemão, Lars Klingbeil.

Também o número dois da União Democrata-Cristã (CDU), Paul Ziemak, já reagiu às primeiras projeções, admitindo “perdas amargas” para os democratas-cristãos. Mas, apesar do resultado “decepcionante”, os conservadores também querem formar o próximo executivo, alertou o líder do partido, Armin Laschet, que discursava ao lado de Merkel.

Na projeção avançada pelo canal público ZDF, o Partido Social-Democrata, de Olaf Scholz, terá conseguido 26% dos votos, contra os 24% atribuídos à CDU de Armin Laschet. Já a projeção da estação ARD (também pública), dá um empate técnico entre as duas formações políticas, ao registarem a mesma votação: 25%.

Nunca na história o partido de Merkel tinha ficado abaixo do limiar dos 30%. Em 2017, chegou mesmo a registar 32,8% dos votos. De acordo com o jornal Bild, uma votação abaixo deste limiar “é um desastre”, e lança uma sombra sobre o fim do reinado de Merkel, cuja popularidade permanece no auge após quatro mandatos — mas que se mostrou incapaz de preparar a sua sucessão.

Ainda assim, estes primeiros números devem ser encarados, no entanto, com prudência, uma vez que não incluem o voto por correspondência. Estima-se que, especialmente por causa da pandemia de covid-19, mais de metade dos eleitores alemães tenha optado pelo voto por correio, que pode registar níveis recorde no atual escrutínio.

Seja qual for o resultado, as primeiras projeções que surgem na Alemanha marcam um renascimento inesperado do Partido Social-Democrata, que há apenas alguns meses se encontrava em dificuldades, perante sondagens muito desfavoráveis.

À exceção da cidade-estado de Berlim, as mesas de voto para as eleições federais alemãs, que irão escolher os deputados do Bundestag, após 16 anos de governação da chanceler Angela Merkel, encerraram às 18:00 locais.

As assembleias de voto abriram, em todo o país, às 08:00 da manhã (hora local), com cerca de 60,4 milhões de eleitores alemães a serem chamados a votar, menos que nas eleições de 2017.

ZAP // Lusa / AFP

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