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Alemanha ilumina-se com as cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBT ( e contra a UEFA)

Andreas Gebert / AFP / POOL

Estádio Allianz Arena, em Munique, iluminado com as cores do arco-íris em apoio à comunidade LGBT

No momento do apito inicial para o jogo entre a Alemanha e a Hungria, vários estádios alemães vão iluminar-se com as cores do arco-íris, em apoio à comunidade LGBTI (e contra a decisão da UEFA).

Esta quarta-feira à noite pelas 20h, no momento do apito inicial para o jogo entre a seleção alemã e a húngara, vários estádios vão iluminar-se com as cores do arco-íris, num protesto em apoio à comunidade LGBTI e contra a UEFA.

A polémica surge na sequência da UEFA, organismo que gere o futebol europeu, não ter permitido que o Allianz Arena se iluminasse com as cores do arco-íris – representativas a comunidade LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Intersexo) -, esta quarta-feira, para protestar contra uma lei húngara que proíbe a “disseminação de conteúdos que promovem a homossexualidade nas escolas”.

A proposta de iluminar o estádio partiu da autarquia de Munique, presidida por Dieter Reiter, mas a UEFA rejeitou-a, escudando-se na neutralidade que os estatutos de fundação ditam. “Pelos seus estatutos, a UEFA é uma organização política e religiosamente neutra”, reiterou o organismo em comunicado.

No entanto, lembra o Público, em agosto de 2019, a UEFA partilhou uma publicação na sua conta oficial de Twitter em que se congratulava pelo facto de esta competição ser “um torneio para todos”, usando o símbolo do arco-íris e defendendo a inclusão da comunidade LGBT no mundo do futebol.

https://twitter.com/UEFA/status/1157702852413968384?s=20

“É com sentido de condenação que recebemos esta notícia, principalmente face à política de respeito que a UEFA diz ter. O que nos parece é que está a enviar a mensagem contrária, a de que o futebol pode não ser – e não é, muitas vezes – um espaço seguro para adeptos e praticantes da modalidade que pertençam à comunidade LGBTI. Parece-nos que este afastamento por parte da UEFA tem um efeito adverso que é perigoso”, disse também Ana Aresta, presidente da ILGA — Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero, em declarações ao jornal Público.

“Nós, em Munique, certamente não vamos ser desencorajados [pela decisão da UEFA] de enviar um sinal claro à Hungria e ao mundo”, garantiu o autarca Dieter Reiter, depois de ter classificado a decisão da UEFA como “vergonhosa”.

Sofia Teixeira Santos, ZAP //

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