A localidade espanhola de Castrillo Matajudíos, próximo de Burgos, no norte de Espanha, passou esta sexta-feira a chamar-se Castrillo Mota de Judíos.
A mudança ocorre depois de a população local ter decidido mudar o nome da povoação, considerando que “matajudíos” tinha uma conotação “demasiado racista”.
Numa cerimónia para assinalar a ocasião, conta o ABC, o presidente da Junta de Freguesia local, Lorenzo Rodríguez, e o novo embaixador de Israel em Espanha, Daniel Kutner, visitaram La Mota, a colina onde se instalaram os primeiros habitantes da povoação, uma comunidade de origem judia.
Na altura da expulsão dos judeus de Espanha pelos Reis Católicos, em 1492, a povoação passou a chamar-se Matajudíos, ou “mata judeus”. Até esta sexta-feira.
Com a mudança de nome, decidida em referendo pelos seus 56 habitantes, a povoação procurou reconhecer a origem judia da localidade, mas retirar-lhe a carga xenófoba.
A mudança tinha estado em debate aceso na comunidade desde 2009, e não é a primeira vez que se discute o assunto.
Há cerca de 30 anos, a população ponderou mudar o nome para Castrillo de Cabezón, em homenagem ao músico renascentista António de Cabezón, que ali nasceu em 1510. Na altura, o nome de 1492 acabou por ser mantido.
Nos últimos anos, os próprios habitantes do povoado têm-se sentido constrangidos em pronunciar o nome. Muitos dos aldeões preferem encurtá-lo.
“Eles preferiam dizer que são de Castrillo, para evitar polémicas”, conta Lorenzo Rodríguez Pérez, o anterior presidente da Junta, “porque o nome pode ser considerado uma ofensa por muitos”.
Origem desconhecida
As origens do nome ainda hoje são alvo de polémica.
O historiador Rodrigo de Sáez conta à BBC que há diversas versões acerca da origem do nome. “O termo original era Mota Judíos, que significa colina de judeus”, diz Saéz.
“Mas não há consenso, entre os historiadores, se a mudança para Matajudíos foi provocada por um conflito real com os judeus, ou se foi uma deformação provocada pelo anti-semitismo que reinava em Espanha nos tempos da Inquisição, durante os séculos 15 e 16”, explica.
Na altura, os judeus foram expulsos de Espanha pelos reis católicos, e os que não aceitaram converter-se ao catolicismo foram banidos.
A primeira referência ao termo “Matajudíos” encontrada nos registos é de 1627.
Lorenzo Rodríguez Pérez diz que os seus ancestrais na aldeia são inocentes das acusações de terem morto quaisquer judeus.
“Foram os de Castrojeriz, uma povoação aqui perto, que em 1035 acabaram com os judeus, mataram algo como 60 judeus e expulsaram os demais para uma colina próxima de Castrillo.”
De acordo com esta versão, terá sido nessa altura que se começou a chamar à aldeia Castrillo Mota de Judíos, em referência à colina, que fica no caminho dos peregrinos de Santiago de Compostela.
ZAP
As aldeias mais xenofobas do Mundo são as Francesas!….eu, como a maioria dos Portugueses e Espanhois, sou de origem judaica e em nada me agrada o titulo da noticia.
A maioria dos Portugueses e espanhóis são de origem judaica?! Deixa-me lá ver… então Viriato era judeu? Não, espera! Eram os invasores (e posteriormente habitantes) Suevos e Visigodos que eram judeus! Nada disso! Eram os mouros que eram judeus! Não?! Ah, esses eram muçulmanos… então, pronto, eram o Pelayo e o Vímara Peres que eram judeus! Também não? Era guerreiros cristão da Reconquista? O D. Afonso Henriques então? Também não? Era então o povo em geral? Descendentes talvez da tribo perdida de Israel? Estou confuso… será o padre lá da paróquia que é judeu?!