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Imad fugiu da Síria há seis anos. Agora, tem um restaurante de sucesso em Londres

Imad's Syrian Kitchen / Instagram

O chef sírio Imad Alarnab

O chef sírio Imad Alarnab

O chef sírio Imad Alarnab deixou a Síria há seis anos, onde tinha vários restaurantes, rumo a Inglaterra. Não desistiu dos seus sonhos e agora tem um novo projeto no agitado Soho, no centro de Londres.

Em Damasco, capital da Síria, Imad Alarnab geria três conhecidos restaurantes. Mas, com a guerra civil, os seus negócios acabaram destruídos e o chef sírio viu-se obrigado a deixar o país. Seguiu-se uma árdua jornada até à Europa, que teve o seu fim, em 2015, quando chegou ao Reino Unido.

Durante algum tempo, a paixão de Alarnab pela cozinha teve de ser posta de lado, para se concentrar em arranjar trabalho e uma casa e conseguir sustentar a família (esteve um ano separado da mulher e das filhas até conseguirem ir também para Inglaterra).

Até que, em 2017, conseguiu uma parceria com instituições de caridade para lançar restaurantes pop-up, os chamados “supper clubs” e ainda bares de falafel. Todos os projetos se revelaram um enorme sucesso, o que permitiu ao chef passar a cozinhar em grandes eventos como casamentos e festas de aniversário. Alarnab voltou a sonhar e o seu objetivo passou a ser abrir um restaurante no centro de Londres.

Em maio de 2021, o sonho tornou-se uma realidade. O Imad’s Syrian Kitchen abriu portas no agitado Soho e começou a servir clássicos da gastronomia síria, como o seu famoso falafel ou o delicioso Kebab Hindi. “Agora, posso falar com as pessoas através da minha comida, o que é incrível”, disse o chef à CNN Travel.

Quem entra no restaurante de Alarnab, com uma decoração simples, em tons claros e com detalhes de azulejos azuis, é quase tele-transportado para uma casa típica de Damasco. “Não queria criar mais um restaurante tradicional do Médio Oriente. Em vez disso, sempre quis algo mais caseiro, mais acolhedor”, explicou.

Segundo a cadeia televisiva, o sírio lançou, em 2020, uma campanha de crowdfunding de 50 mil libras, cerca de 60 mil euros, para o ajudar a pagar a renda do estabelecimento. Agora, a sua ideia é doar o mesmo valor para a Choose Love, uma instituição de caridade que ajuda refugiados no Reino Unido. Em cada conta dos seus clientes, uma libra vai para esta organização.

“Eu acredito no karma. Sempre foi assim, quando faço alguma coisa boa, tenho a certeza de que há outra à minha espera”, disse, lamentando a forma como algumas pessoas ainda veem os refugiados e as recentes políticas inglesas quanto aos imigrantes.

“Estas pessoas têm a sua própria cultura mas, no final, são seres humanos. Não somos anjos nem diabos, somos apenas seres humanos“, afirmou à CNN, lembrando também que ser refugiado não é uma escolha de ninguém.

“Se a guerra na Síria não tivesse acontecido, eu nunca teria pensado em deixar Damasco. Mas somos forçados a deixar os nossos países – não é uma coisa opcional.”

ZAP //

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