Agressões no Cais do Sodré. Jovem vai apresentar queixa ao Ministério Público

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Tiago Petinga / Lusa

Uma das jovens agredidas, na noite de Carnaval, no Cais do Sodré, em Lisboa, vai apresentar queixa ao Ministério Público.

De acordo com o semanário Expresso, um agente da PSP utilizou um cassetete contra uma jovem brasileira, provocando-lhe ferimentos na cabeça, hematomas nas mãos e nos braços e escoriações nos joelhos.

A jovem, de 28 anos, é, segundo o jornal, uma das que se vê nos vídeos que esta semana circularam na Internet, depois um desfile de Carnaval no Cais do Sodré, em Lisboa, que mostram um grupo de, pelo menos, quatro agentes a tentar imobilizar uma mulher e ainda outra que ia em seu auxílio.

Em declarações ao semanário, Carolina (nome fictício) diz que nem se lembra desse momento. “Estava desacordada. Eles só me batiam.” A jovem conta que “estava só com uma amiga a decidir para onde ir” e que não entenderam “a chegada da polícia”. A amiga terá perguntado o que os agentes faziam ali, ao que um deles terá respondido: “A vossa festa acabou, mas a nossa vai começar agora.”

A jovem vai apresentar queixa dos agentes ao Ministério Público e “a todos os órgãos que for preciso”, revela ao Expresso. Carolina, que vive há três anos em Portugal, diz estar “traumatizada” porque “não esperava sair do Brasil, um país inseguro”, para lhe acontecer “uma coisa destas num país com fama de seguro“.

Segundo o jornal, os agentes eram da Unidade Especial de Polícia, que está sujeita às Normas de Execução Permanente, nas quais se define que a cabeça é uma “zona vermelha” e que só deve ser atingida em “último recurso”, uma vez que “o risco de lesões graves e permanentes é manifestamente acentuado”.

Na passada segunda-feira, em comunicado, a PSP admitiu que teve de recorrer ao uso da força devido a “um grupo numeroso de pessoas que ocupava a totalidade da rua e impedia a circulação de viaturas, abanando e trepando para cima daquelas que, ainda assim, tentavam passar”.

“Foi necessário repor a ordem para desobstruir a via, recorrendo ao uso da força para fazer dispersar as pessoas”, justificou a polícia, acrescentando que, durante a intervenção, uma mulher agrediu um polícia, “razão pela qual foi manietada e detida”.

Ao Expresso, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) disse que já pediu esclarecimentos à Direção Nacional da PSP sobre o ocorrido.

Esta é a segunda vez, em 2020, que a PSP é acusada de violência policial. Em janeiro, Cláudia Simões, de 42 anos, alegou ter sido agredida por um agente que a deteve junto a uma paragem de autocarros na Amadora.

ZAP //

2 Comments

  1. Agora está na moda ser os criminosos a apresentar queixa contra quem mantém a lei e ordem!…
    Lindo…
    Para essa escória, como Portugal é um país seguro, já podem fazer tudo o que lhes apetece!…

  2. Subscrevo inteiramente. Os policias por norma não fazem mal aos cidadãos de bem, protegem-nos. Se Um cidadão não respeitar a lei, cabe ao policia fazê-la respeitar a bem ou a mal, é assim.
    Já não há paciência para estes energumenos que constantemente desrespeitam a autoridade. Um policia não se mete com quem se porta como gente.

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