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Afeganistão. EUA lançam ataques aéreos enquanto Talibãs exigem a renúncia do Presidente

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Anuradha Sengupta / Flickr

Cabul, Afeganistão

Os Estados Unidos (EUA) entraram num confronto pela cidade de Kandahar, realizando ataques aéreos em apoio às forças afegãs, enquanto os Talibãs apelam ao Presidente Ashraf Ghani para renunciar.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, avançou na quinta-feira que os ataques aéreos visavam apoiar as forças de segurança afegãs, sem fornecer mais detalhes, noticiou esta quinta-feira o Independent.

Esta ação ocorre numa altura em tropas norte-americanas deixam o Afeganistão. Nas últimas semanas, a administração do Presidente Joe Biden sofreu uma forte pressão do governo afegão, que se sente abandonado pelos aliados ocidentais em face da ofensiva dos Talibãs, que já controlam 85% do país.

O porta-voz do Talibãs, Zabihullah Mujahid, disse à agência Reuters que os ataques ocorreram na noite de quarta-feira, nos arredores de Kandahar, no sul do país, matando três dos seus combatentes e destruindo dois veículos.

“Confirmamos os ataques aéreos e os condenamos com veemência, é um claro ataque e violação do acordo de Doha, pois não poderiam [os norte-americanos] operar depois de maio”, indicou, referindo-se ao acordo entre os EUA e os Talibãs. “Se realizarem qualquer operação, serão responsáveis ​​pelas consequências”, acrescentou.

Os assessores do ex-Presidente Donald Trump assinaram o acordo de paz de Doha após negociações com o Talibãs. As tropas estrangeiras deveriam deixar o Afeganistão em maio, se o grupo cumprisse com as garantias de segurança, mas Biden estendeu o prazo de retirada para 11 de setembro, em memória ao ataque ao World Trade Center, em 2001.

Esta decisão levou os Talibãs a acelerar a sua campanha militar para preencher rapidamente o vácuo de segurança deixado para trás pelas forças dos EUA e da NATO.

Suhail Shaheen, também porta-voz dos Talibãs, disse à agência Associated Press que o grupo não tem planos para uma investida militar em Cabul. Mas avisou que isso pode vir a acontecer, dadas as armas e equipamentos capturados nos distritos recém ocupados.

Taísa Pagno //

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