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Aeroportos de Lisboa e Faro sem combustível. Aviões podem ficar em terra

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Comparsa Fotografia / Flickr

Os Aeroportos de Lisboa e Faro já estão a usar as reservas de emergência, depois da interrupção do fornecimento de combustível por parte das empresas petrolíferas, no seguimento da greve dos motoristas de matérias perigosas. Nas próximas horas, podem ficar mesmo sem combustível, o que afectará os voos.

A ANA – Aeroportos de Portugal anuncia em comunicado que as reservas de emergência de combustível já foram atingidas no Aeroporto de Faro, “estando o fornecimento de combustível suspenso, pelas empresas petrolíferas”, desde segunda-feira à noite.

No Aeroporto de Lisboa, o problema de abastecimento devia começar a sentir-se a partir das 12 horas, de acordo com a ANA.

Não tendo sido assegurados os serviços mínimos, e em função do tempo necessário para a requisição civil [efectuada pelo Governo] ter efeitos práticos, os nossos aeroportos podem ter disrupções de serviço ao nível operacional”, aponta a ANA, frisando que está “a acompanhar a situação em permanência”.

O Governo aprovou, em resolução do Conselho de Ministros na manhã desta terça-feira, uma requisição civil dos motoristas de matérias perigosas que estão em greve. A portaria que efectiva a requisição civil já foi publicada em Diário da República e produz efeitos imediatos até ao dia 15 de Maio.

Em declarações à agência Lusa ao início da manhã, Francisco São Bento, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), disse que a estrutura sindical previa que ao início da tarde os aeroportos de Lisboa e Faro ficassem sem combustível.

Segundo os dados do Sindicato, ao início da manhã cerca de 40% a 50% dos postos de abastecimento já estavam sem combustível.

Aeroporto do Porto sem problemas

O Aeroporto do Sá Carneiro, no Porto, não enfrenta problemas pelo facto de ser “abastecido por pipeline desde Leça da Palmeira“, como destaca fonte da ANA ao Eco.

Esta circunstância pode tornar-se numa solução para as companhias aéreas que podem optar por ir abastecer ao Aeroporto do Porto, contornando as dificuldades da greve. Nesse sentido, podem também decidir “regressar a Lisboa com os tanques cheios de combustível”, salienta o Eco.

A ANA recomenda aos passagens com voos marcados para os Aeroportos de Lisboa e Faro para se informarem junto das companhias aéreas, lamentando “o transtorno causado” e deixando o desejo de que “a situação seja resolvida com a máxima urgência pelas autoridades competentes”.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas começou à meia-noite desta segunda-feira e estende-se por tempo indeterminado, com reivindicações do reconhecimento da categoria profissional específica.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Se é verdade que os motoristas têm salários de 650€, complementados com outros subsídios que passam ao lado da segurança social e respectivas contribuições, provocando que o valor a receber em caso de doença, desemprego ou reforma seja muito baixo, é de uma grande falha do governo que permite estas fraudes, ou de uma incompetência dos mesmos que raia o ridículo.
    Se é mesmo assim, os motoristas têm toda a razão.
    Infelizmente as greves afectam sempre os que menos culpa têm nos factos que lhe deram origem, é um preço injusto a pagar.
    Isso da requisição civil parece-me uma forma de perpetuar a desonestidade com o apoio do governo.

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