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Administradores do Banco de Fomento vão ganhar mais do que o primeiro-ministro (com excepção aprovada pelo Governo)

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António Pedro Santos / Lusa

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão

O ministro das Finanças, João Leão, aprovou a excepção que permite a três administradores do Banco de Fomento, a instituição pública que vai gerir os fundos europeus da “bazuca”, ganharem mais do que o primeiro-ministro.

A autorização do ministro das Finanças já foi publicada em Diário da República e envolve os administradores Susana Antunes, Rui Dias e Tiago Simões de Almeida.

Assim, estes três elementos, que trabalhavam na banca privada, vão poder manter os salários que tinham nessa altura. Isto é possível graças a uma excepção prevista no Estatuto do Gestor Público para o sector financeiro.

Este Estatuto determina que os vencimentos dos gestores das empresas públicas não podem ser superiores ao do primeiro-ministro.

Actualmente, o salário de António Costa é de 5.436,6 euros.

Não são conhecidos os salários que os três administradores tinham no sector privado, mas no Banco de Fomento vão poder auferir como salário máximo o ordenado médio que tiveram nos últimos três anos, com a aplicação do “coeficiente de actualização” das taxas de inflacção anual, segundo vinca o despacho do ministro das Finanças.

João Leão justifica a aplicação da excepção com a “complexidade e exigência das funções atribuídas” ao Banco de Fomento.

Além disso, o ministro assinala “o papel fundamental deste na dinamização da economia portuguesa, procurando nivelar o estatuto remuneratório dos respectivos gestores públicos com a prática de mercado”, como se nota no despacho.

O Banco de Fomento terá como presidente executiva Beatriz Freitas, ex-líder da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua (SPGM).

O ex-gestor do Novo Banco Vítor Fernandes chegou a ser nomeado pelo Governo para liderar o Conselho de Administração do Banco de Fomento, mas acabou por ser afastado após notícias dando conta de suspeitas do seu envolvimento com Luís Filipe Vieira em esquemas fraudulentos que estão a ser investigados pelo Ministério Público.

No Banco de Fomento, Susana Antunes assume o cargo de vogal executiva responsável pelo risco, Rui Dias é o administrador financeiro e Tiago Simões de Almeida fica com o papel de administrador comercial.

ZAP //

10 Comments

  1. Porque razão, três administradores do Banco de Fomento (Instituição Pública), vão ganhar mais do que o primeiro-ministro? Têm mais RESPONSABILIDADES do que ele? Estão em função exclusiva, ou ainda vão poder acumular com outras?

    • É simples mau caro. Não se trata de mais ou menos responsabilidades , mas sim o que os bancos privados pagam por funções idênticas. Uma boa gestão de um Banco gera lucros . A função de um primeiro ministro não são os lucros , mas sim uma boa governação.
      Mas se está contra, porque é que não se candidata ao lugar? talvez tenha sorte .

      • Uma boa gestão de um Banco? Se gerasse lucros …
        O que se tem visto, é prejuízo atrás de prejuízo, nós a pagarmos essas más gestões. Não sou gestor licenciado, nem amigo de fulano … apenas tenho de gerir a minha casa, mas tenho a certeza que faria melhor. Disso não tenho dúvidas.

      • É preciso não fazer a mínima ideia do que é gerir um Banco, e ainda para mais com as responsabilidades deste BF. Isso é uma coisa, outra coisa é dizer sem rodeios, que os gestores públicos estão mal pagos ,assim como os membros do governo.
        Um regime de exclusividade e ordenados compatíveis não dariam azo a muitas das “habilidades” que se veem nesses cargos.

      • Devia ser exigida RESPONSABILIDADE, sim, e em caso de má gestão, autorizar empréstimos, ou pior, deviam ser penalizados com coimas no valor do ordenado recebido, pelo seu mau serviço prestado. Acho que se fossem mal pagos, não havia tantos c… a um, três ossos!

      • João vai-te catar. Não há comparação entre uma coisa e outra. Utilizemos uma linguagem popular mas assertiva. Chulice é o que é!!!

  2. Mas esta notícia ainda surpreende alguém!? Estes lugares são sempre criados a pensar no futuro! Os nossos governantes não enriquecem no governo. No governo eles criam os tachos e fazem os favores a alguns empresários que lhes vão proporcionar vencimentos de dezenas de milhares de euros mensais. Quantos exemplos querem???

  3. Antes de abrir o banco já começa a sua derrocada. Estamos desgraçados com esta espécie de governo. Tirem estes gajos de lá para fora.

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